Segunda-feira, Outubro 21

No Global desta semana, Paulo Portas assume que Pedro Nuno Santos “tomou a decisão certa” ao pedir a abstenção do PS na votação da proposta para o OE2025. Mas esta “decisão racional e ponderada” pode ter saído caro para o secretário-geral dos socialistas

Paulo Portas considera que o secretário-geral do PS “tomou a decisão certa” ao permitir a viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2025. “O país, em princípio, conta com uma decisão racional e prudente e não cede a ímpetos que prejudicavam a nossa reputação externa”, assinala o comentador, referindo-se às consequências de um orçamento chumbado para a política externa e para a economia nacional.

“Não sei se a liderança dele [Pedro Nuno Santos] ganhou com a hesitação”, assume Paulo Portas, acrescentando que os argumentos apresentados pelo secretário-geral do PS para permitir a viabilização do Orçamento já poderiam ter sido enunciados em junho, evitando assim esta “hesitação” e suspense em torno da proposta do Governo.

Ora, com esta decisão, que deverá ser confirmada esta segunda-feira, após a comissão política nacional do PS, “o tempo político alargou-se”, observa Paulo Portas. É que a discussão em torno do Orçamento do Estado para 2025, que decorre dentro de um ano, “já acontece quando o Presidente da República não pode dissolver o Parlamento” e, além disso, “acontece em vésperas do último ano do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

Nesse contexto, diz Paulo Portas, “não vejo muita facilidade na argumentação para o chumbar”. “Mas teremos de aguardar”, ressalva.

Para o comentador, uma coisa é certa: este Governo minoritário não tem capacidade para fazer reformas e, por isso, “vai de saber gerir o tempo suplementar que ganhou com iniciativa política”. Ou seja, o caminho que Luís Montenegro tem pela frente “é um caminho de medidas” – como ainda hoje sugeriu, no discurso de encerramento do 42.º Congresso do PSD – “e não tanto de reformas”.

“Daqui a ano e meio a questão é saber se os portugueses olham para este Governo como um Governo que trouxe mais eficácia aos serviços públicos aos serviços públicos, ao Estado em geral, e à situação económica”, problematiza.

Compartilhar
Exit mobile version