Quarta-feira, Outubro 30

Lançado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), o projeto nacional “Ligue Antes, Salve Vidas” pretende tornar as urgências mais eficientes, garantindo a melhoria da qualidade na prestação de cuidados e o tempo de espera para atendimento.

 

A diretora do serviço de urgência geral de Leiria, Paula Helena, destacou que os cuidados hospitalares são diferenciados, pelo que as urgências “só atenderão doentes com referenciação clínica ou em situações de urgência e emergência”.

A entrada nas urgências é agora garantida através da referenciação da Linha Saúde 24, Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), cuidados de saúde primários, profissionais médicos com declaração escrita ou instituições de saúde pública ou privada.

Assim, qualquer doente que chegue a um dos serviços urgentes dos hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal será aconselhado a ligar para a Linha Saúde 24 (800 24 24 24), sendo impedido de fazer a inscrição imediata. Se a situação clínica não for urgente, o utente é encaminhado para uma consulta nos cuidados de saúde primários no próprio dia ou no dia seguinte, independentemente de ter médico de família ou não.

O presidente do conselho de administração da ULSRL, Licínio de Carvalho, sublinhou que em 2023, o SNS registou 6,3 milhões de episódios de urgência. Paula Helena revelou que em Leiria cerca de 30% dos doentes triados até setembro de 2024 são não urgentes. Em Pombal verificaram-se 48,05% falsas urgências e em Alcobaça 40,62%.

Para os primeiros seis dias do projeto estão já asseguradas 500 vagas nos cuidados de saúde primários para marcação de consultas, divulgou a vogal executiva, Alexandra Borges.

A diretora clínica dos cuidados de saúde primários da ULSRL, Denise Velho, precisou à agência Lusa que nesta fase inicial, estas consultas da doença aguda são asseguradas pelos médicos reformados ou em prestação de serviço afetos ao projeto ‘Bata Branca’.

No entanto, a partir do dia 12 de dezembro, todas as unidades de saúde da ULSRL vão ter vagas destinadas aos encaminhamentos do SNS 24. “O objetivo é ir aumentando as vagas progressivamente. Queremos os doentes no sítio certo e diminuir o tempo de espera nas urgências”, reforçou à Lusa Catarina Faria, diretora clínica dos cuidados de saúde hospitalares.

“Este projeto pretende ser uma resposta de proximidade às necessidades assistenciais em situações de urgência, para que exista maior eficiência e qualidade, otimizando os recursos existentes. É uma forma de regular o acesso”, reforçou a diretora da urgência.

Denise Velho sublinhou que “a mensagem é: se tem um problema de saúde e precisa de ajuda ligue antes para o SNS 24”. O próximo passo será ter resposta a situações agudas através de consultas abertas por especialidade, sobretudo, para doentes crónicos, que sofrem uma agudização.

Este projeto inclui também a urgência pediátrica. O Governo lançou a linha SNS Criança, onde estão enfermeiros especialistas em pediatria, que têm melhor capacidade para triar os sintomas, explicou o diretor do serviço de pediatria João Agro. No entanto, o pediatra salienta que crianças menores de 12 meses devem ir ao serviço de urgência, pois “é muito difícil transmitir nos primeiros 12 meses de vida os sinais de alarme”.

Mas, reforçou João Agro, a maioria das situações na urgência pediátrica “só necessita de autocuidados”.

Além das diferentes campanhas, que incluem envio de sms (serviço de mensagens curtas) e emails, o projeto irá ser apresentado em várias freguesias para ajudar a informar os utentes dos novos procedimentos.

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