Segunda-feira, Outubro 14

O comentador da TVI analisou a probabilidade do Orçamento do Estado para 2025 ser aprovado, bem como o impacto em Portugal da contração económica europeia e dos mais recentes desenvolvimentos da corrida à Casa Branca

No Global deste domingo, Paulo Portas, analisou as eleições presidenciais à Casa Branca, que está mais renhida que nunca, com as sondagens a apontar que a vantagem que Kamala Harris detinha nos chamados “estados de batalha” – que estão em disputa – começou a desvanecer e isso pode custar muito caro aos democratas.  

“Kamala Harris continua à frente, embora com uma diferença menor. No entanto, nos chamados nos sete ‘Estados de Batalha’, onde mantinha uma vantagem decisiva em três deles, essa vantagem desvaneceu nos últimos dias. (…) se as eleições fossem hoje, seria ele [Donald Trump] a ganhar no colégio eleitoral”, explicou o comentador. 

Apesar de considerar que a candidata democrata teve “três bons momentos” com o anúncio da candidatura, a convenção democrata e o debate com Donald Trump, Paulo Portas acredita que Kamala Harris tem sido capaz de “impor um estilo, mas não uma política”. 

Ao mesmo tempo, surgem novas informações sobre a relação de Donald Trump com Vladimir Putin. De acordo com o novo livro do jornalista Bob Woodward, o antigo presidente falou, pelo menos, sete vezes por telefone com o líder russo, mas também lhe enviou testes de covid, numa altura em que estes eram difíceis de encontrar.

“Há qualquer coisa na relação pessoal entre o antigo presidente dos Estados Unidos e o presidente russo que me leva a dizer, olhando ao que ele diz sobre a Ucrânia e sobre a Rússia, que pela primeira vez é possível pensar que um presidente dos Estados Unidos é manipulável pelo presidente da Rússia e isso nunca aconteceu na história do ocidente”, admite o Paulo Portas, acrescentando que lhe faz “muita confusão” que o “chefe do Ocidente” seja alguém que possa não ser “completamente independente” do presidente russo.

Ao mesmo tempo que a situação aquece na campanha eleitoral, continua a crescer “o monstro” na economia americana, com a previsão da dívida atingir os 100% do PIB americano no próximo ano. A situação começa a preocupar os especialistas, uma vez que o pagamento de juros desta dívida já ultrapassou o orçamento da Defesa e representa um sétimo do orçamento anual. 

Paulo Portas olhou também para a contração económica que alguns países irão ter, como é o caso da Alemanha e da França, dois dos principais parceiros comerciais de Portugal, o que terá “um forte impacto nas nossas exportações”. Para o comentador, não é possível esperar que “a Europa esteja bem” se a Alemanha estiver mal e isso poderá traduzir-se num atraso na transição energética, digital e demográfica. 

Ao mesmo tempo, o Governo português prevê um crescimento económico na ordem dos 1,8%, o que demonstra que a economia portuguesa “arrefeceu um pouco”. No entanto, Paulo Portas considera que a previsão de um crescimento de 2,1% para 2025 é positiva, embora admita que as condições internacionais possam prejudicar a capacidade de atingir esse nível de crescimento. 

Sobre se o Orçamento do Estado vai ser aprovado, Paulo Portas diz que “se fosse hoje” não passaria. O comentador defende que os atores políticos da oposição já gastaram parte da paciência que podiam ter dos eleitores. 

“Em vez de discutirem a substância do Orçamento passaram logo para o processo do orçamento. E do processo passaram para questões pessoais. Há um líder político a quem alguém vai dizer que ‘eu consigo só tenho reuniões ou com gravador ou com testemunhas’”, atirou Paulo Portas, referindo-se ao líder do Chega, André Ventura.

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