Domingo, Outubro 20

A Ucrânia exige uma reação imediata e vigorosa dos aliados ao destacamento de milhares de militares norte-coreanos para a Rússia. O ministro francês dos Negócio Estrangeiros alerta para a ampliação do conflito á Ásia.

A Ucrânia apelou este sábado a uma reação imediata e vigorosa dos aliados face ao envio de milhares de militares norte-coreanos para a Rússia, destinados a combater ao lado das forças russas na guerra contra a Ucrânia. O chefe dos serviços ucranianos de informação militar, Kyrylo Budanov, revelou que cerca de 11 mil soldados norte-coreanos estarão prontos para entrar no conflito até 1 de novembro. O primeiro grupo, composto por 2.600 soldados, será destacado para a região de Kursk, local de uma recente incursão ucraniana.

As imagens divulgadas pelo governo de Kiev mostram os soldados norte-coreanos a realizar treinos de adaptação no extremo leste da Rússia antes de serem enviados para a linha da frente. De acordo com as informações ucranianas, os primeiros 1.500 elementos das operações especiais da Coreia do Norte chegaram a Vladivostok a 8 de outubro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, sublinhou a gravidade da situação: “Não estamos a falar de mercenários, mas de unidades militares da Coreia do Norte que vão lutar ao lado do exército russo contra a Ucrânia.”

Durante uma visita a Kiev, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, alertou que o envolvimento da Coreia do Norte marca uma nova etapa no conflito, ampliando-o potencialmente para a Ásia. “Trata-se de uma escalada adicional e, de certa forma, de uma exportação deste conflito para a Ásia,” afirmou o governante francês.

O recurso a tropas norte-coreanas levanta questões sobre as dificuldades da Rússia em avançar no terreno, apesar dos recentes progressos russos na frente leste. Moscovo anunciou a tomada da aldeia de Zoryane, perto da cidade industrial de Kurakhove, um importante centro logístico.

Entretanto, a cidade de Odessa voltou a ser alvo de ataques russos, com um míssil a atingir um bairro residencial. Apesar da gravidade do ataque, não há registo de vítimas.

No plano diplomático, o Kremlin reiterou que o presidente Vladimir Putin continua aberto ao diálogo para resolver o conflito, mas sublinhou que ainda não recebeu propostas concretas dos líderes ocidentais.

Apesar da falta de perspetivas de diálogo, houve mais uma troca de prisioneiros de guerra entre a Rússia e a Ucrânia, mediada pelos Emirados Árabes Unidos, com 95 soldados de cada lado a serem libertados. Horas antes, a Rússia devolveu os corpos de 501 soldados ucranianos, numa das maiores operações de repatriamento de mortos no conflito.

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