Domingo, Outubro 20

Foi a primeira edição europeia de um festival que nasceu pelas mãos de Robert De Niro e Jane Rosenthal. Dois dias focados no cinema, mas não só. A primeira edição já chegou ao fim, mas a viagem já está confirmada. O festival vai voltar à capital portuguesa.

Pelos vários palcos, espalhados pelo Beato Innovation District, em Lisboa, houve sessões de conversas, exibições de filmes, transmissões de podcasts e concertos ao vivo.

Estrelas nacionais e internacionais desfilaram pela “Blue Carpet” do MAAT, em Belém

Foi com vista para o Tejo que se deu o “pontapé de saída” para o Tribeca Festival em Lisboa. Pela “Blue Carpet” passaram estrelas do cinema nacional e internacional. Entre eles Joaquim de Almeida, Daniela Ruah, Chazz Palminteri e Patty Jenkins.

Quem também marcou presença foram os fundadores: o ator norte-americano Robert De Niro e a produtora Jane Rosenthal.

Em jeito de brincadeira, De Niro explicou que para decidir qual seria qual a casa do Tribeca nesta edição europeia, perguntou onde havia uma cidade com “cultura forte” e onde lhe “apeteceria passar um bom tempo”. Lisboa, referiu, foi a escolha, por preencher os dois requisitos.

O ator sublinhou que o Tribeca é um festival em que o que importa são “as histórias” e a “criação de uma comunidade” – e que, com a chegada a Lisboa, o festival cresce e essa comunidade expande-se.

Já Jane Rosenthal afirmou que Lisboa está a viver um “renascimento criativo”, durante os últimos anos, e que pode ser um espaço para a cultura emergir como meio de“esperança e paz”.

A produtora norte-americana defendeu que a capital portuguesa está a assistir ao surgimento de uma nova geração de artistas e que podem ter um papel importante na transformação do mundo.

A sessão de abertura ficou marcada, também, pelo discurso de Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, que recordou como estava “nervoso” quando foi a Nova Iorque convidar Robert De Niro e Jane Rosenthal para fazerem o festival em Portugal.

Também Francisco Pedro Balsemão, CEO do Grupo Impresa, falou sobre a vinda do festival para Portugal fazendo um paralelismo entre a saída das naus portuguesas, de Lisboa, durante os descobrimentos, e a presença do festival na capital. Defendeu que, em ambos os casos, foram a “curiosidade” e um “salto de fé” que impulsionaram a abertura de mundos.

A noite terminou com um concerto da cantora Sara Correia.

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No recinto, vários pontos de animação preencheram os 3.500 metros quadrados. Nas pausas, os visitantes podiam usufruir das várias atividades que o festival tinha para oferecer. Mas o foco, esse estava nas conversas que aconteceram ao longo de todo o dia.

Mas, para além de ouvir, os visitantes também tiveram oportunidade de ver. De curtas às longas metragens, passando pelas séries e pelos documentários foram várias as propostas cinematográficas apresentadas.

Para além de tudo isto, houve ainda a oportunidade, para quem tivesse interesse, de assistir à gravação ao vivo de podcasts. Exemplo disso foi o Posto Emissor que esteve à conversa com Rita Redshoes.

O primeiro dia oficial encerrou com um DJ set ao vivo a cargo de Xinobi.

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A mesma dinâmica, mas com mais conversas, mais filmes e mais gravações em direto de podcasts. Além do palco principal, foram vários os protagonistas que falaram sobre a sua experiência no mundo do cinema. Foi o caso dos atores Ricardo Pereira, Daniela Ruah e Joaquim de Almeida que perante uma sala cheia recordaram os obstáculos e deram alguns conselhos para quem ambiciona com uma carreira na área.

Outro dos destaques foram os visionamentos de filmes que apresentaram ao público “A Broux Tale, the original One Man Show” e “Ezra”.

Também a sala de podcasts teve ao rubro com gravações atrás de gravações. Ricardo Araújo Pereira entrevistou Mariana Cabral, ou Bumba na Fofinha, no “Coisa que não edifica nem destrói” e Júlia Palha falou com Alba Baptista no “Geração 90”.

Um dos momentos altos do dia aconteceu quando Whoopi Goldberg e Dino d’Santiago se juntaram para falar sobre o modo como novos formatos de entretenimento podem dar voz a várias comunidades.

O artista leu um poema, da sua autoria, sobre as dificuldades e os preconceitos que teve de ultrapassar devido à cor da sua pele e emocionou a plateia que se levantou para o aplaudir.

“Querida Whoopi Goldberg, nasci no ventre da escuridão, a cor mais antiga do mundo, a mesma que o céu veste quando todas as luzes se apagam e a humanidade se esquece de si mesma. (…) A minha pele negra parecia desonrar a imagem do Salvador que me ensinaram a amar. E com isso, cresceu o pecado da comparação, de desejar ser algo que não sou. Aquele Jesus branco não poderia ser meu irmão, pensei. Então, passei a acreditar que o erro era meu, que o fardo do pecado era a minha própria existência”, começou por dizer o artista”.

Esta foi a primeira edição do Tribeca Festival Lisboa, mas não será a única. Este sábado foi anunciado que o festival vai voltar à capital portuguesa para mais uma edição.

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