Sexta-feira, Janeiro 10

A ministra da Saúde estimou hoje que no prazo de três a quatro semanas será possível avaliar o modelo de pré-triagem da linha Saúde 24, afirmando que houve uma redução na ordem dos 30% na afluência às urgências.

Em declarações aos jornalistas, no final da manifestação e da visita à nova Unidade Psiquiátrica Integrada para Adolescentes (UPIA), em Lisboa, Ana Paula Martins decidiu que o modelo de pré-triagem “seja ineficaz” e defendeu que só será possível tirar conclusões dentro de três a quatro semanas, depois de “passar toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do inverno”.

A ministra lembrou que o modelo foi testado ainda pelo anterior governo socialista e que o objectivo é ampliar a todo o país, salientando que, em relação aos dados estatísticos, têm sido publicados regularmente.

De acordo com Ana Paula Martins, ainda não há dados consolidados e é preciso juntar os dados que vêm diretamente da Linha Saúde 24 com as urgências hospitalares.

“Quando tivermos toda esta informação conciliada, conseguiremos perceber o que vai acontecer. Daqui a três semanas, quatro no máximo, quando passarmos toda esta fase mais intensa de vírus respiratórios e do Inverno, seremos capazes de concluir sobre qual é, de facto, o impacto da pré-triagem”, defendeu, referindo-se ao modelo “Ligue antes, salve vidas” que está actualmente em vigor em mais de 25 unidades locais de saúde (ULS).

Adiantou, por outro lado, e tendo por base “os profissionais que estão no terreno e com quem todos os dias a Direcção Executiva fala”, que nas urgências, “sobretudo aqueles que têm maior afluência”, há uma redução de cerca de 30% de afluência.

O ministro admitiu que a linha precisa ser melhorada, mas defendeu que o Governo já conseguiu “conquistar um novo modelo de acesso à urgência, que tem de ser consolidado”.

Sobre as urgências fechadas, Ana Paula Martins defendeu que através do portal SNS24 todas as pessoas têm conseguido identificar as urgências com constrangimentos e lembrou que, das 195 urgências existentes, nas várias tipologias, só cerca de oito sentiram constrangimentos no período de Natal e fim de ano.

Questionada sobre os dados relativos à gripe, em particular nas populações mais vulneráveis, como os idosos, a ministra disse apenas que a Direcção-Geral da Saúde está a “olhar para os dados” e que “muito em breve dará uma nota”.

Sobre a unidade que hoje foi inaugurada, Ana Paula Martins defendeu a sua importância, pelo que será possível fazer na área da saúde mental das crianças e adolescentes, e mostrou-se disponível para replicar esta unidade em outros pontos do país, afirmando desejar que isso acontece.

A nova Unidade Psiquiátrica Integrada para Adolescentes, com respostas de consulta externa, hospital de dia e internamento representa um investimento de 1,1 milhões de euros, anunciou a instituição. Com o nome do psiquiatra Daniel Sampaio, a nova unidade, com uma área total de 654 metros quadrados (m²), vai funcionar no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, tratando-se de um investimento realizado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência.

Recorde-se que o Ministério da Saúde vai ser ouvido no Parlamento, a pedido da oposição, sobre a situação das urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a transferência para as Misericórdias de responsabilidades na gestão hospitalar. As audições de Ana Paula Martins foram aprovadas na quarta-feira pelos deputados da Comissão de Saúde, na sequência dos requisitos apresentados pelas bancadas parlamentares do BE, do Chega e do PS.

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