Quinta-feira, Janeiro 2

“Não temos dados, não jogamos com números, porque os trabalhadores não são números, são seres humanos, trabalham e dignificam o sector”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria da Madeira, Adolfo Freitas, no âmbito de uma manifestação na Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura, no Funchal.

A greve começou à meia-noite e prolonga-se até à meia-noite do dia 1 de janeiro, período em que, segundo dados oficiais, a taxa de ocupação hoteleira rondará os 100%, impulsionada em grande parte pelo espetáculo pirotécnico da passagem de ano, um dos maiores eventos turísticos. atrações da região.

Em causa está o aumento salarial de 5,5% para 2025 proposto pela Direção de Hotelaria da Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF-CCIM), que representa os empresários, um valor acima da inflação esperada e que garante um aumento mínimo de 53 euros.

O sindicato classifica a proposta patronal como “vergonhosa e escandalosa”, defendendo um aumento do salário mínimo de 75 euros.

“O que os patrões vão oferecer a partir de janeiro – aumento de 53 euros – significa que uma grande maioria dos trabalhadores vai começar a receber o salário mínimo regional [stipulated at 915 euros from January 1st]”, alertou Adolfo Freitas, explicando que o aumento não terá, portanto, impacto nos cerca de 3.000 trabalhadores.

O dirigente sindical considera que se trata de uma “leviandade” por parte dos empregadores mas diz que o sindicato continua disponível para negociação, ainda que com condições.

“Estamos disponíveis para negociar, mas não as esmolas que querem dar aos trabalhadores. Os trabalhadores não estão mendigando. Eles funcionam, enriquecem as empresas e precisam ser valorizados”, declarou.

Adolfo Freitas destacou, por outro lado, que a Madeira foi a região do país que mais cresceu em 2024 em termos de chegadas de turistas e receitas para o setor e também venceu pela 10ª vez consecutiva o World Travel Award como Melhor Destino Insular no o Mundo, razão pela qual considera “inaceitável” a proposta de aumento salarial da ACIF.

“Tivemos que recorrer às greves para que as empresas, de alguma forma, dignificassem estes trabalhadores”, disse.

Para assinalar o primeiro dia de greve, cerca de 50 trabalhadores e delegados sindicais realizaram uma marcha de protesto no centro do Funchal, que terminou na Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura.

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