Sexta-feira, Outubro 18

Comentador afirma que, a partir do momento em que existir um convite formal à Ucrânia para aderir à NATO, a postura do Kremlin vai mudar

Vai contra os princípios da NATO e o presidente da Ucrânia sabe disso, mas mesmo assim não abdicou de colocar como prioridade a adesão imediata do país à Aliança Atlântica.

É esse o ponto número um do Plano de Vitória apresentado por Volodymyr Zelensky, que falou pela primeira vez na possibilidade de a Ucrânia ter armas nucleares, revelando mesmo uma conversa que teve com Donald Trump.

Para Miguel Sousa Tavares esta era uma questão de tempo. “Tinha dito que ia chegar o momento em que Zelensky falaria de armas nucleares e hoje falou”, referiu o comentador da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), na sua rubrica 5.ª Coluna, do Jornal Nacional.

“Esta pretensão de entrar na NATO foi o que desencadeou a guerra, foi o pretexto que Putin usou para invadir a Ucrânia”, lembra Miguel Sousa Tavares, sublinhando que essa mesma invasão, apesar de ilegítima, “não é infundamentada”, já que o presidente russo não quer mais um país nas suas fronteiras a pertencer ao principal inimigo militar da Rússia.

O comentador da TVI assinala que “Zelensky sabe bem que os estatutos da NATO proíbem que um país em guerra entre no Tratado do Atlântico Norte”. É a tal proteção do artigo 5.º, que colocaria toda a NATO em guerra caso a Ucrânia entrasse agora na organização.

“Os pais fundadores previram isto. Se, como pretende Zelensky, a Ucrânia entrasse na NATO, nós todos, Portugal incluído, estávamos em guerra contra a Rússia”, lembrou.

E o problema, acrescentou Miguel Sousa Tavares, é que os russos “são muito ligados ao formalismo das coisas”. O mesmo é dizer que no Kremlin se olhará para um convite à adesão como uma adesão em si.

“Convém nunca subestimar a maneira como dos Urais para lá se pensa nas questões políticas, que não é igual à nossa. A partir do convite formal, Putin vai considerar que a Ucrânia faz parte da NATO”, terminou.

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