Sábado, Dezembro 14

O recente inquérito sobre o rendimento e as condições de vida, realizado em 2024, sobre o rendimento de 2023, destaca os seguintes insights importantes sobre a pobreza, a desigualdade e as tendências do rendimento em 2023:

Redução modesta da pobreza

A taxa de risco de pobreza diminuiu ligeiramente para 16,6% em 2023, reflectindo alguma melhoria, embora 1,76 milhões de pessoas continuem afectadas.

Progresso desigual entre faixas etárias

A pobreza diminuiu entre as crianças e os adultos em idade ativa, mas aumentou significativamente entre os idosos, evidenciando uma disparidade no progresso.

Impacto no Emprego

Tanto as populações empregadas como as desempregadas registaram uma redução nas taxas de pobreza, sugerindo melhores níveis de rendimento ou redes de segurança social.

Papel das Transferências Sociais

Os benefícios sociais desempenharam um papel mais importante na redução da pobreza em comparação com o anterior, indicando a sua crescente importância no apoio às populações vulneráveis.

Maior desigualdade de renda

Os indicadores de desigualdade, como o coeficiente de Gini e os rácios de rendimento, registaram melhorias, reflectindo uma distribuição de rendimentos mais equitativa.

Aumento da renda

Tanto o rendimento mediano como o rendimento médio aumentaram em 2023, impulsionados pelo crescimento económico e por rendimentos mais elevados.

Globalmente, o inquérito revela progressos na redução da pobreza e na igualdade de rendimentos, mas também destaca desafios persistentes, especialmente para os idosos e grupos socialmente excluídos.

Créditos: Imagem Fornecida;

Segundo o PORTUGAL DECODED, os especialistas explicam o aumento da taxa de risco de pobreza entre os idosos, como sendo devido ao facto de as pensões serem calculadas pelo INE, que sofreu uma alteração este ano, e ao facto de o limiar de pobreza ter subido de 591 euros para 632 euros num ano. “Se olharmos para o inquérito do ano passado, é possível verificar que cerca de 100 mil idosos viviam naquela faixa de rendimento (entre 591 euros e 632 euros)”, disse ao Público um especialista. Os especialistas sugerem que este aumento pode estar ligado à migração, salientando que o aumento se concentrou fortemente na Área Metropolitana de Lisboa, região com maior concentração de migrantes.

No que diz respeito ao inquérito, a questão era muito como é que os agentes políticos reagiram aos novos números, ainda na semana passada o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa visitou um banco alimentar e destacou que a pobreza “é maior entre os idosos”. Observou ainda que em Portugal “há sinais de crescimento económico, mas este é um momento muito mau para a Europa”. E acrescentou: “Em Portugal, suportamos o melhor possível, mas as consequências estão a ser sentidas, especialmente pelos menos, pelos mais vulneráveis”. Entretanto, o secretário-geral do Partido Comunista (PCP), Paulo Raimundo, defendeu que é necessário um “choque salarial” para melhorar as condições de vida. Sobre o custo desta proposta, Raimundo afirmou que o país tem “meios, condições e recursos” para aumentar o salário mínimo nacional para 1.000 euros, sublinhando que, em média, “os custos com a folha de pagamento das empresas representam cerca de 18% do seu despesas totais.” O Governo e outros partidos políticos não foram aqui citados, uma vez que não comentaram os números.

O relatório completo pode ser lido aqui: https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=646323673&DESTAQUESmodo=2&utm_source=substack&utm_medium=email

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