Domingo, Janeiro 5

O Sporting entrou em 2025 com um empate (4-4) na deslocação a Guimarães, conseguindo no último sopro a liderança isolada do campeonato, aproveitando o adiamento do jogo do FC Porto, na Madeira. Apesar da veia goleadora de Gyökeres, o primeiro a marcar na Liga no novo ano e autor de um “carta da manga”, foi Trincão a evitar a derrota, após espetacular reviravolta protagonizada pela equipe da casa.

Depois da estreia vitoriosa no clássico com o Benfica, Rui Borges regressou a Guimarães para provar o veneno que elaborou nos primeiros meses da temporada no laboratório vimaranense, tendo estado na iminência de somar o primeiro desejo ao leme dos “leões”, encerrando, apesar de tudo, a primeira volta do campeonato na frente dos rivais, ainda que sob a ameaça portista e benfiquista.

O sucessor de João Pereira manteve o “onze” inicial com que se impôs aos rivais da Luz e viu Gyökeres puxou dos galões de máximo goleador do planeta no último ano civil logo aos dois minutos, arrancando ao estilo que habituou os sportinguistas para bater Bruno Varela com uma finalização que ainda beneficiou do desvio de Rivas.

O Sporting não podia ter imaginado um início mais assertivo, nem resposta tão curta e célere como a preparada pelos vitorianos, que em cinco minutos, depois da séria ameaça de Geny Catamo, chegou à igualdade num livre de Tiago Silva.

A noite prometia, com os minhotos a optar por um 4x2x3x1 em que Samu Silva se assumisse como novidade na ligação entre o meio-campo e o ataque.

Mas um erro de Tiago Silva, num passe interceptado por Quenda, deu novo ensejo a Gyökeres… que o sueco não se desperdiçou, recolocando o Sporting no comando do marcador, mas obrigado a suportar a resposta dos locais.

Daniel Sousa, sucessor de Rui Borges no comando técnico dos vimaranenses, tinha em Kaio César o elemento mais desequilibrador, com Gustavo Silva a tentar disfarçar as carências extraordinárias de uma referência pura de ataque, pelo que as melhores situações de ataque acabaram por esfumar-se , sem que a Vitória tenha conseguido os níveis de eficácia indispensáveis ​​para perturbar o adversário.

Em vantagem, o Sporting arriscava um pouco, pelo que só em novo erro individual, na transição da defesa João Mendes, esteve perto de ampliar por Hjulmand. Na verdade, não seria preciso muito mais para surpreender uma equipe que a dois minutos do descanso perdeu o “avançado”, forçando Daniel Sousa a destacar o canadense Dieu para uma missão ingrata.

O Vitória pediu de mais qualquer coisa no ataque para além da inspiração de Kaio César. Mas a tarefa de formar a casa rapidamente se complicaria, com Gyökeres a completar o “carta da manga”que parecia encaminhar bem um triunfo quase certo, não fosse o inconformismo do extremo brasileiro, a reduzir a desvantagem e a margem de manobra “leonina”, colocando sérias reticências para os 20 minutos finais.

Na entrada dos últimos dez minutos, valeram os reflexos de Franco Israel, a negar o empate a Kaio César, numa fase crítica em que o Vitória deu tudo em busca de um ponto. E deu tanto que conseguiu o sugerido: uma reviravolta em três minutos, com golos de João Mendes (82′) e Dieu (85′), levando o Sporting praticamente ao tapete. Valeu a inspiração de Trincão mesmo a acabar, a conseguir o gol do empate.

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