Quinta-feira, Novembro 7

Nas últimas semanas, Israel intensificou os bombardeamentos no leste do Líbano e nas zonas fronteiriças com a Síria – também em território sírio -, uma vez que o exército do Estado judaico alega que o grupo xiita libanês Hezbollah está a armazenar armas e munições na região leste.

Pelo menos 40 pessoas morreram esta quarta-feira e outras 53 ficaram feridas, numa nova vaga de bombardeamentos israelitas na região de Baalbek-Hermel, no leste do Líbano, indicaram as autoridades libanesas num novo balanço.

O governador desta região, Bachir Khodr, tinha referido através da rede social X que estas vítimas foram o resultado de “40 ataques aéreos” realizados pela aviação israelita contra Baalbek-Hermel, onde “os trabalhos de remoção de destroços se mantinham em mais do que um local atacado”.

Segundo o Ministério da Saúde Pública libanês, que elevou o número de mortos para 40, o maior número de vítimas registou-se na localidade de Al Naseriya, perto da passagem fronteiriça de Masnaa, entre a Síria e o Líbano, onde morreram 16 pessoas e 17 ficaram feridas.

Da mesma forma, pelo menos nove pessoas morreram e outras quinze ficaram feridas num atentado bombista contra o bairro de Al Shaiqan, na histórica cidade de Baalbek, uma cidade que o Exército israelita ordenou evacuar em diversas ocasiões nos últimos dias.

O ministério registou ainda mortes e feridos em outras sete cidades: Tamnine al Tahta, Al Ram, Al Sharqi, Al Shawagir, Al Ain, Al Ansar, Balmira e Al Nasiriya.

A mesma fonte alertou também que as operações de resgate continuam em curso e que a busca por pessoas desaparecidas nos escombros continua.

Nas últimas semanas, Israel intensificou os bombardeamentos no leste do Líbano e nas zonas fronteiriças com a Síria – também em território sírio -, uma vez que o exército do Estado judaico alega que o grupo xiita libanês Hezbollah está a armazenar armas e munições na região leste.

Só no Líbano, desde o início dos confrontos entre Israel e o Hezbollah, a 8 de outubro de 2023, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza, foram mortas mais de 3 mil pessoas e deslocadas mais de 1,2 milhões.

No entanto, estima-se que cerca de 2.000 pessoas tenham sido mortas só desde 23 de setembro deste ano, quando o exército israelita lançou uma campanha de bombardeamentos maciços contra diferentes partes do Líbano e, uma semana depois, lançou uma ofensiva terrestre no sul.

esta quarta-feira, o novo líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o movimento tem dezenas de milhares de combatentes treinados para enfrentar o exército israelita, avisando que nenhum lugar em Israel está “a salvo” dos mísseis e ‘drones’ do grupo xiita pró-iraniano.

“Nenhum lugar na entidade israelita está fora do alcance dos [nossos] ‘drones’ e mísseis”, acrescentou, num discurso transmitido pela televisão, destinado a assinalar os 40 dias da eliminação do antigo líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita.

Na altura em que Qassem discursava na televisão, o exército israelita lançava um novo apelo aos habitantes dos subúrbios do sul de Beirute para deixarem duas zonas onde, garantia, ia efetuar ataques aéreos contra o Hezbollah.

Na sua intervenção na televisão, gravada antes do anúncio da vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, o líder do Hezbollah defendeu também que um acordo de cessar-fogo não depende dos resultados do escrutínio.

As declarações de Qassem surgem depois de mais de um mês de guerra aberta com Israel, um aliado tradicional dos Estados Unidos.

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