Sexta-feira, Outubro 25

Entrevista SIC Notícias

Em entrevista na SIC Notícias, Anabela Carvalheira, coordenadora nacional do Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, dá conta da proposta que vão apresentar para travar a violência que tem atingido motorista de autocarros na Grande Lisboa.

Os autocarros da Carris Metropolitana têm sido alvo da violência na Grande Lisboa. Esta noite um autocarro foi apedrejado em Benfica e várias viaturas foram incendiadas nas noites anteriores. Um motorista de um autocarro incendiado em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, foi ferido com gravidade. Em entrevista na SIC Notícias, Anabela Carvalheira dá conta da preocupação do Sindicato e avança a proposta que irão apresentar esta tarde, na reunião marcada para as 14:30 com a direção da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e com o Governo.

“As forças de segurança deverão acompanhar nas carreiras tardias ou de madrugada, deverão acompanhar dentro dos autocarros porque não são assim tantos os motoristas. Como vão fazer isto é responsabilidade do Governo, na negociação até com as empresas, obviamente, mas esta será uma forma de proteção e, sobretudo, de afastar a violência dos motoristas e também dos utentes e, sobretudo, dissuasora”, explica coordenadora nacional do Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal.

Anabela Carvalheira considera que estes incidentes acontecem geralmente nos sítios onde a polícia não está visível e defende que a solução não pode passar por retirar os transportes dos bairros ditos problemáticos.

“Não é só aí que está o perigo e é nesses bairros onde efetivamente há maior concentração de de pessoas que trabalham de madrugada e vão preparar a cidade. (…) Essas pessoas não são marginais. Obviamente somos contra todo o tipo de violência, seja ela qual for, mas não podemos considerar que as pessoas que trabalham de madrugada, saem de casa ou chegam a casa às 2 da manhã. Outras saem às 3, não têm direito, pelo contrário, merecem todo o direito e respeito, como todos os outros”, realça.

Na opinião da representante sindical, não são os autocarros que são os alvos da violência e aponta para o crescimento de um discurso “de xenofobia, de racismo, que tem estado a provocar esta situação e, obviamente, quem trabalha mais à noite ou de madrugada nestas zonas são os motoristas”, daí acabarem por serem vítimas da violência.

“As populações não estão contra os motoristas (…) Aliás, pedem inclusivamente aos motoristas para não deixarem de fazer as carreiras e elas próprias tentam efetivamente acalmar a situação”, explica coordenadora nacional do Sindicato dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, em entrevista na SIC Notícias.

O motorista do autocarro da Carris Metropolitana, incendiado ontem de madrugada em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures, está estável e fora de perigo, mas continua internado.

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