“Quando fizemos esta reunião há dez anos, uma das coisas mais impressionantes para mim foi, tantos anos depois, tocarmos algumas das canções – algumas que nem sequer eram ‘singles’ – e serem recebidas de uma forma tão absurdamente entusiasta. Não acontece todos os dias”, disse hoje David Fonseca.
A banda conversou com a agência Lusa no final de uma atuação surpresa esta manhã no centro de Leiria, no âmbito do Dia Mundial da Música.
Após o mini-concerto, o grupo de Leiria anunciou novo reencontro no próximo ano, com concertos em “casa”, no Teatro José Lúcio da Silva, nos dias 13 e 14 de junho, e no final de 2025, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, a 15 de novembro, e na MEO Arena, em Lisboa, no dia 13 de dezembro.
“Foi uma experiência muito agradável voltar a este espaço, voltar a encontrar as pessoas. Foi um desafio para nós, este regresso, mas acho que ficou tudo muito bem e estamos ansiosos para tocar em Leiria, no Porto e em Lisboa no próximo ano”, afirmou o baterista Tozé Pedrosa.
Nos ensaios, que retomaram há dois meses, sentiram “não só o saudosismo, mas amor. Transportou-nos para um sítio bom”, confessou a vocalista Sofia Lisboa.
Virados para o Castelo de Leiria, os Silence 4 viajaram no tempo. O baixista Rui Costa lembrou que foi no castelo que a banda gravou a “maqueta amarela”, o primeiro registo. “O castelo faz parte da nossa história. Passámos ali uma noite, das cinco da tarde às seis ou sete da manhã”, experiência concretizada após um sonho do músico. “Cheguei e disse ao pessoal: tive este sonho [gravar no castelo]. E o David: ‘Vamos!”.
Hoje, quase 30 anos depois, o património musical dos Silence 4 perdura: “Estas canções ultrapassaram um bocadinho a banda há muito tempo. Acabaram por fazer parte da vida das pessoas e ficaram lá cristalizadas naquele tempo, naquele sítio onde ouviram as canções pela primeira vez, onde estiveram com os amigos, onde têm recordações”, acredita David Fonseca.
“As nossas músicas fazem parte da vida da maioria dos portugueses”, reforçou Sofia Lisboa.
Sempre que toca os sucessos do grupo, o vocalista vê isso na cara das pessoas: “Claramente estão a ir a um sítio feliz e isso é uma das coisas mais incríveis que uma banda pode desejar”.
Já a adesão das novas gerações às músicas dos Silence 4 “é um mistério que não consigo explicar”, reconheceu David Fonseca.
Dez anos depois do último encontro, “que correu incrivelmente bem”, então para comemorar a leucemia superada por Sofia Lisboa, os Silence 4 encaram os espetáculos do próximo ano como “uma festa também, mas por razões diferentes, agora com a ‘fénix renascida’ aqui connosco”.
Agora, à passagem dos 30 anos de carreira, os quatro olharam uns para os outros, começaram a falar e, “com grande facilidade”, decidiram voltar a juntar-se.
“Ainda nem falámos o que vamos apresentar. Vamos tocar as nossas canções, do primeiro e do segundo álbum. Mas ainda não falámos em alinhamentos. Falta muito tempo”.
Para David Fonseca, sobretudo “é importante que as pessoas não saiam defraudadas porque não ouviram ‘aquele’ tema. ‘Aquele’ tema vai tocar de certeza nos espetáculos”.
“Em cima do palco vão estar os temas que fazem parte da vida das pessoas e isso vai ser absolutamente incrível”, acrescentou.
Além dos quatro concertos anunciados, a banda admite ir além disso: “Neste momento são só mesmo quatro concertos. Mas se as pessoas, de repente, quiserem encher estes quatro, teremos de repensar isso. De momento, são só mesmo estes quatro concertos”, concluiu o cantor.
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