Domingo, Outubro 20

O desabafo foi feito à chegada (in)esperada ao 42.º Congresso do PSD, em Braga. O antigo líder dp partido assumiu, sem hesitar, que a sua saída foi “um erro” e que o seu coração “sempre” esteve no PSD.

Podia acontecer, e aconteceu, mas nem Hugo Soares estava à espera. Santana Lopes apareceu no Congresso do PSD em Braga. Porquê? Estava com saudades.

Questionado pelos jornalistas disse que marcava presença como “cidadão observador”.

“Venho ver e matar saudades. Todos nós na vida pessoal e política cometemos erros e hoje em dia sei que não correu bem uma opção que tomei em relação a afastar-me do partido”, desabafou, assumindo que cometeu “um erro”.

“A condição humana é estranha mas eu prefiro ser sincero e sempre disse que o meu coração está aqui”, disse o autarca independente da Figueira da Foz.

Questionado sobre quando decidiu vir até Braga partilhou que foi durante esta semana porque “é uma altura muito importante para o país” e por ser um autarca apoiado pelo partido.

“(…) Eu faço o que acho que é a atitude mais correta”, disse, salientando que só hesitou em vir porque sabia que Luís Marques Mendes também iria marcar presença hoje no congresso do PSD.

“Sabia que vinha cá o doutor Marques Mendes, o quadro em que vinha, e não queria nenhuma confusão, agora achei que devia vir”, disse.

Questionado sobre que erros são esses que pretende reparar, Santana Lopes disse que são erros que todos, na vida pessoal e política, cometem.

“Hoje em dia sei que não correu bem uma opção que tomei em relação a afastar-me do partido. Um erro e, quando cometemos um erro, não nos devemos pôr com grandes explicações. Se chegamos à conclusão de que foi um erro, assumi-lo. Mas se calhar há erros que, se voltássemos atrás, se calhar fazíamos os mesmos”, disse, afirmando que sempre disse que o seu coração estava no PSD.

Nestas declarações aos jornalistas, Santana Lopes disse que sentiu “um alívio muito grande” quando soube que o secretário-geral do PS ia viabilizar o Orçamento do Estado, salientando que os seis meses de mudança do Governo já tinham sido muito “custosos para as autarquias e para o país em geral”.

Agora outra vez a mesma coisa, seria muito complicado. Portanto, respirei de alívio e respirámos todos com o sentido de responsabilidade demonstrado por ambos os lados. Foi muito bom“, disse, manifestando a esperança de que este Governo cumpra a legislatura.

Santana Lopes considerou ainda que o nome de Leonor Beleza para primeira vice-presidente do partido é excelente e, questionado se considera que daria uma boa candidata presidencial, disse que sim.

“Mas agora a escolha dela é esta, e fico contente com isso. O país precisa de grandes valores”, respondeu.

O ex-primeiro-ministro considerou ainda magnífica a renovação dos órgãos nacionais do PSD decidida por Luís Montenegro, salientando que já há muito tempo que é um “grande defensor” da separação entre os órgãos do partido e os do Governo.

“É uma opção muito inteligente, boa para o partido e para o país”, frisou.

Pouco depois das declarações, o presidente da mesa do Congresso, Miguel Albuquerque, pediu um aplauso para a presença de Santana Lopes, enquanto antigo líder do PSD, tal como tinha feito momentos antes para Luís Marques Mendes.

Com LUSA

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