Juntando-se à manifestação dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) a quem manifestou solidariedade, Mariana Mortágua considerou justas as reivindicações destes profissionais, que iniciaram hoje uma greve às horas extraordinárias por tempo indeterminado.
“O problema é evidente para qualquer pessoa que o queira ver. O INEM devia ter mais de mil trabalhadores e tem 700 e há uma razão muito simples, não consegue atrair pessoas para trabalharem porque paga muito pouco, um salário-base de 920 euros e, por isso, está a acontecer nesta estrutura o mesmo que está a acontecer noutras carreiras especiais do Estado”, disse.
“Esta decisão do governo de congelar o número de trabalhadores do Estado é uma irresponsabilidade que tem consequências concretas como esta que estamos aqui a ver. A única forma de resolver este problema é pagar um salário digno às pessoas e atrair profissionais para a carreira”.
Segundo Mariana Mortágua, “o plano do Governo está a ficar muito claro. Encontrou paliativos, encontrou pequenos remendos para resolver situações pontuais, mas não resolveu estruturalmente esses problemas, simplesmente encontrou uma medida de curto prazo para o orçamento do Estado e abandonou uma série de profissões, condicionando o futuro de todas com a decisão absurda de congelar o número de funcionários públicos”.
“O PSD fala do SNS ao mesmo tempo que tem um plano, que admitiu, que é o de transferir aos bocados os serviços do SNS e da saúde pública em Portugal para serviços privados. Para isto acontecer, o SNS vai sendo desmantelado e uma das formas de o desmantelar é desinvestir nele”, considerou a dirigente, que prometeu levar este tema ao debate orçamental que tem hoje início.
“Este é o orçamento do programa do PSD e nós rejeitámos esse programa desde o início”, mas “a democracia parlamentar existe e por configurações de diferentes votações no parlamento, é sempre o possível aprovar medidas”, adiantou.
Recebida também pelos manifestantes, a líder do PAN, Inês Sousa Real, manifestou solidariedade, prometendo propor também no debate orçamentar as reivindicações dos TEPH.
“Nós temos de sair do governo de propaganda, temos de garantir que o excedente orçamental a quem dele precisa e a valorização de carreiras essenciais”, afirmou.
“Não nos faz sentido que durante a pandemia andamos a pedir palmas para os profissionais da saúde e em todos os orçamentos subsequentes não tenha existido um esforço dos sucessivos governos, PS e PSD, para responder a estas carreiras”, afirmou, incluindo nestas reivindicações também as exigências de amentos dos técnicos auxiliares de saúde e de diagnóstico.
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