Sexta-feira, Outubro 18

Na sessão desta sexta-feira do julgamento BES/GES, continuou a ser ouvido José Maria Ricciardi. Disse que o primo Ricardo Salgado lhe pediu para ser “solidário” com a falsificação das contas do grupo Espírito Santo. Na sala de audiências houve quem questionasse as motivações de Ricciardi.

Veio ser ouvido como testemunha, mas ao segundo dia de depoimento queixou-se que por vezes sente-se a ser julgado. A irritação de José Maria Ricciardi tem a ver com as perguntas sobre a motivação por detrás das suas acusações a Ricardo Salgado.

Esta sexta-feira, Ricciardi contou que em junho de 2014 foi convidado para jantar em casa do primo. Estranhou a simpatia exagerada, numa fase em que já não tinham boas relações. Depois da refeição, relata o ex-presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), veio a proposta:

“José Maria Ricciardi – Ex-Presidente BESI: “Perguntou-me o que é que eu queria. E eu respondi que queria que o BESI pudesse ter mais capital para se desenvolver. Disse que ia fazer tudo para que o BESI pudesse ter mais capital. Mas disse que para isso era preciso que eu tivesse, por fim, alguma solidariedade com a família.”

“E eu disse: “Em quê? Em relação à falsificação das contas?”

“E ele respondeu que sim. Eu disse-lhe que não”.

A defesa de alguns dos assistentes questionou a bondade das respostas.

Miguel Matias – Advogado de assistentes: “Quando responde o que responde está a fazê-lo porque é pura verdade ou porque resulta de um sentimento de abandono, desgaste e zanga?”

José Maria Ricciardi – Ex-Presidente BESI: “Eu não desejo mal ao Dr. Salgado.”

A insistência veio depois nas únicas perguntas do advogado de Ricardo Salgado.

Francisco Proença de Carvalho – Advogado de Ricardo Salgado: “Sabe que ele está doente?

José Maria Ricciardi – Ex-Presidente BESI: “Os problemas familiares, se não se importa, são problemas reservados.”

Francisco Proença de Carvalho – Advogado de Ricardo Salgado: “Se se cruzar com ele, cumprimenta-o?”

José Maria Ricciardi – Ex-Presidente BESI: “Cumprimento. Se ele quiser, cumprimento.”

O julgamento retoma na próxima terça-feira.

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