Terça-feira, Setembro 17

Hugo Soares, líder parlamentar dos social-democratas, rejeita condições de André Ventura, referindo que a proposta para criação de um referendo “não tem nada a ver com a questão orçamental”, acrescentado ainda que as “negociações não se fazem em praça pública”.

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou esta semana que vai fazer chegar ao Governo uma proposta de referendo à imigração para realizar no início de 2025, considerando-a “importante” nas negociações do Orçamento do Estado (OE) do próximo ano.

Em entrevista ao semanário Expresso, Hugo Soares, líder parlamentar do PSD e braço direito do primeiro-ministro, rejeita condições de Ventura, referindo que a proposta para criação de um referendo “não tem nada a ver com a questão orçamental”, acrescentado ainda que as “negociações não se fazem em praça pública”.

“Vou ter de referir uma questão de princípio. Começamos mal, porque, do meu ponto de vista, as negociações não se fazem assim. Não é na praça pública que se fazem as negociações para o OE, ponto número um. Por muito esforço que alguns façam, não é assim que o Governo deve fazer e não é assim que o grupo parlamentar [do PSD] vai fazer”, começou por dizer o dirigente social-democrata.

“A questão do referendo não me parece ter nada a ver com a questão orçamental, é uma coisa completamente desenquadrada do debate orçamental. E quanto à substância, parece-me muito desenquadrada daquilo que têm sido as opções políticas que foram sufragadas pelos portugueses e que estão no programa do Governo”, acrescentou.

“Um mau sinal para os meses que se avizinham”

Na noite desta quinta-feira, em Olhão, e em resposta a Hugo Soares, André Ventura diz que as palavras são um mau sinal para o país.

“Fico a aguardar pela resposta do líder do PSD, o senhor primeiro-ministro, Luís Montenegro, num tema tão importante como é a imigração. Só mostra que o PSD, tal como o PS, tem medo de ouvir as pessoas neste tema, tão sensível e delicado. Se o PSD está a dizer que não à partida, é um mau sinal para os meses que se avizinham”, afirmou o líder do Chega.

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