Segunda-feira, Janeiro 6

Ao final da tarde deste sábado, 4 de Janeiro, vários hospitais da região de Lisboa continuavam sob pressão para atender os usuários com situações urgentes ou muito urgentes, tendo casos como os do Hospital de Santa Maria (Lisboa), Beatriz Ângelo (Loures) e Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) onde há doentes urgentes a aguardar pelo menos quatro horas para serem vistos por um médico. Há, ao mesmo tempo, casos em que as equipas médicas estão a conseguir reduzir os tempos de atendimento em relação ao que se passou nos últimos dias, como é o caso de Portimão e de Vila Franca de Xira onde a situação melhorou.

Por volta das 20h, o site de monitorização dos tempos de espera para atendimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) permite verificar que no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o tempo médio de espera na urgência geral dos utilizadores com pulseira amarela (situações urgentes) eram superiores a nove horas, havendo 39 pessoas nessa circunstância; no caso das pulseiras laranja (muito urgentes), a espera média era superior a quatro horas, tendo nessa altura quatro usuários a aguardar.

Ó Hospital Beatriz Ângelo, no concelho de Loures, em Loures – que chegou a ter tempos médios de espera superiores a dez horas, obrigando à ativação de um plano de contingência – está agora com a situação mais controlada, apesar dos tempos de espera continuarem acima do previsto. Os usuários a precisar de atendimento urgentes esperados na noite deste sábado cerca de quatro horas (havia, por volta das 20 horas, 37 pessoas a aguardar); para as situações muito urgentes, a espera era de 33 minutos (tendo três pessoas na lista). O plano de contingência ativado no Hospital Beatriz Ângelo deverá manter-se ativo até, pelo menos, dia 13 de Janeiro.

No Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, conhecido por Amadora-Sintra, o tempo de espera dos utilizadores urgentes também estava acima das cinco horas, tendo com 34 pessoas à espera; para os casos muito urgentes, como as equipes conseguiram dar uma resposta mais rápida, tendo conseguido reduzir os tempos de espera que se registraram durante a tarde.

No São João, na cidade do Porto, os casos urgentes estavam com um tempo de espera médio de cerca de duas horas, tendo 33 pessoas a aguardar para serem vistas por um médico; nas situações muito urgentes, embora só houvesse uma pessoa à espera, o tempo previsto era de 28 minutos.

O Hospital Garcia de Horta, em Almada, tinha cerca de 1h30 de tempo de espera para os doentes urgentes.

Nos Hospitais da Universidade de Coimbra (do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), a urgência geral também se encontrou com quase duas horas de espera para quem tem pulseira urgente, situação que abrangia cerca de 40 pessoas; para os casos muito urgentes, o tempo era de 46 minutos.

Em Coimbra, só na quinta e sexta-feira, dois dias considerados críticos no âmbito do plano de contingência, a ULS atendeu 1703 usuários nos serviços de urgência (847 episódios no primeiro e 856 no segundo) episódios, dos quais resultaram 90 internamentos. Ao mesmo tempo, ocorreram 809 atendimentos “relacionados com infecções respiratórias nos centros de saúde e 764 atendimentos pela Linha SNS24” (360 na quinta-feira e 404 na sexta).

Em resposta ao PÚBLICO, a ULS Santa Maria, em Lisboa, refere que, na semana das Festas de Natal e Ano Novo, o Serviço de Urgência Central (SUC) “registou uma média de 300 a 350 episódios diários entre 26 de Dezembro e 1 de Janeiro, marcada pela circulação da população”. O número aumentou para 400 usuários na quinta-feira e, na sexta, “os episódios na urgência central aproximaram-se também desse número”.

No Amadora-Sintra, os constrangimentos nos tempos de espera duram há 15 dias. No final da tarde deste sábado, o hospital confirmou que “nas últimas 24 horas, as várias urgências — geral, pediátrica, obstétrica, ginecológica e básica (SUB) — registaram um total de 758 admissões.” Só “14% dos doentes que recorreram à Urgência Geral chegaram com encaminhamento prévio do SNS24”, ao contrário do que é recomendado, e, de todas as admissões na Urgência Geral, “57% foram situações como casos urgentes, e 17 usuários foram admitidos através da sala de reanimação.”

Considerando apenas o serviço de urgência geral e o serviço de urgência básica (SUB), foram admitidos 600 adultos. “Nos primeiros dias de 2025, entre 1 e 3 de Janeiro, obtivemos um aumento de quase 40% nas admissões de casos menos urgentes no SUB. Apenas 26% dos usuários recorreram anteriormente à linha SNS24”, refere o hospital.

O último Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe e outros Vírus Respiratórios, publicado pelo Instituto Nacional De Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa) na sexta-feira e referente à última semana de 2024 (entre os dias 23 e 29 de Dezembro), dá conta de uma tendência crescente das infecções respiratórias agudas graves.

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