O preço do café tem vindo a aumentar nos últimos anos e a situação deve piorar nos próximos tempos. As alterações climáticas têm reduzido a produção, quando a procura não para de aumentar.
No dia internacional do Café, que se celebra esta terça-feira, as notícias que chegam não são as melhores. O preço tem vindo a subir e a tendência é que assim continue.
“O café tem estado a aumentar sucessivamente, nós não temos estado a refletir isso ao cliente porque aguentámos o café nos 0.80 cêntimos durante muito tempo e depois chegamos a uma conclusão que tenha de ser 0.90, mas há já muitas casas que estão a vender a bica a 1 euro”, disse João Nadkarni, comerciante.
A valorização da matéria-prima tem sido galopante. Em países como o Brasil ou a Guatemala, por exemplo, o preço duplicou nos últimos 4 anos. As alterações climáticas têm reduzido a produção, quando a procura não para de aumentar.
“Se a procura aumenta e a oferta tem algumas restrições devido aos problemas climáticos, o preço do café verde tem de facto aumentado, principalmente o café robusta que é a variedade que em Portugal mais se consome”, explica Cláudia Pimentel, associação industrial e comercial do café
Há esperança de que, para compensar, o Uganda possa continuar a aumentar a produção e que Angola possa investir a tempo no cultivo, mas, para já, a tendência é inflacionista. Até porque se anteveem constrangimentos nas cadeias de abastecimento com a entrada em vigor da nova legislação europeia.
“O preço do café na rua vai depender das marcas e do poder de encaixe de cada empresa porque cada empresa terá a sua estrutura de custos e os stocks, depende dos stocks que tiverem e nós acompanhamos é o preço da matéria prima e isso tem vindo a aumentar e as perspectivas não são animadoras”, explica Cláudia Pimentel.
O mercado do café vale hoje cerca de 700 milhões de euros em Portugal. Só a indústria torrefactora emprega 3 mil pessoas.