Quarta-feira, Outubro 23

Uma testemunha conta à TVI/CNN Portugal o episódio que está na origem da polémica entre o ministro dos Negócios Estrangeiros e os militares e que ocorreu no aeroporto de Figo Maduro

O ministro dos Negócios Estrangeiros está envolvido numa polémica com os militares. Paulo Rangel terá insultado dois militares e gritado com o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea no passado dia 4, quando aterrou o avião de repatriamento dos portugueses no Líbano. O ministro queria receber os repatriados à saída do avião, numa zona onde não estava autorizado a entrar, facto do qual teria sido informado.

As imagens no vídeo acima são da noite de 4 de outubro, quando o segundo voo de repatriamento de portugueses vindos do Líbano tinha acabado de aterrar, e mostram Paulo Rangel a recusar uma tentativa de cumprimento do coronel Abel Oliveira. O comandante de Figo Maduro estende a mão, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros vira as costas e segue caminho.

Foi o único sinal visível de uma polémica muito maior que se desenrolou ao longo da noite. Paulo Rangel estava no local para receber os repatriados, mas apenas tinha autorização para estar na área VIP.  Junto ao avião apenas foi permitido o acesso a quem estava previamente autorizado: jornalistas, assessores do ministro, e elementos das relações públicas e de segurança da própria Força Aérea.

Uma testemunha conta à TVI/CNN Portugal que Rangel não terá gostado e terá insistido em sair da área VIP para tentar chegar à pista. Uma vez impedido, terá insultado os dois militares que o travaram, chamando-lhes nomes como “burros” e “camelos” e repetindo que “isto com os militares é sempre a mesma merda”.

Numa segunda fase, abordado pelo comandante de Figo Maduro, o ministro terá subido a voz, e voltou a subi-la perante Cartaxo Alves, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, que se aproximou.

De acordo com a mesma testemunha, Rangel terá gritado “estou a ser retido numa unidade, eu sou um ministro de Estado, como é que é possível isto estar acontecer?”.

Terá sido o próprio general Cartaxo Alves a deitar água na fervura, sublinhando ao ministro que não era o momento nem o local apropriado para aquela reação e que iria averiguar a situação.

Minutos depois, perante as câmaras, o ministro aplaudia a missão da Força Aérea, como se nada se tivesse passado.

As notícias dão conta de um crescente mal-estar entre Rangel e as Forças Armadas desde essa noite, mas confrontado no congresso do PSD pela TVI/CNN Portugal, o ministro não se quis alongar em comentários.

Contactámos novamente o ministério de Paulo Rangel esta terça-feira para comentar as informações apuradas do que aconteceu no passado dia 4 de outubro, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros não quis fazer qualquer comentário.

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