Sexta-feira, Setembro 20

Este voto de José Pedro Aguiar-Branco teve a particularidade de ter sido escrito também em mirandês, que desde 1998 é reconhecido como segunda língua oficial de Portugal.

 

Depois, de ter sido aprovado por unanimidade, deputados de todas as bancadas aplaudiram esta iniciativa do presidente da Assembleia da República.

No voto, a Assembleia da República “saúda o Dia do Mirandês, as autoridades autárquicas de Miranda do Douro e todas as pessoas e associações que, a partir da sociedade civil, trabalham para promover e proteger a língua mirandesa”.

“Reafirma ainda que o mirandês constitui uma valiosa riqueza imaterial, não apenas para a região de Miranda do Douro, mas para o país. Proteger as especificidades regionais não fere, antes valoriza a cultura nacional como um todo”, refere-se no voto aprovado.

No texto, realça-se que, “ao longo dos anos, várias medidas têm sido tomadas, tanto a nível local como nacional, para salvaguardar o futuro do mirandês”.

“O Ministério da Educação autoriza, desde 1986, aulas opcionais de Língua e Cultura Mirandesa nas escolas de Miranda do Douro, nas quais estão inscritos 85% dos alunos do concelho. Por outro lado, tem sido importante o lançamento de obras traduzidas em mirandês”, acrescenta-se.

Indica-se, ainda, que Portugal, em 2021, “assinou a Carta Europeia das Línguas Minoritárias e Regionais – um tratado promovido pelo Conselho da Europa que estabelece medidas para proteger a utilização destas línguas no espaço público”.

“Dois anos depois, o parlamento aprovou por unanimidade uma recomendação ao Governo para que este tratado fosse ratificado. Tal, porém, ainda não sucedeu”, adverte-se no mesmo texto.

Ainda segundo este voto, apesar de o mirandês ter hoje mais “reconhecimento público e proteção institucional, falta fazer muito para proteger uma língua que está ameaçada na sua sobrevivência”.

“De facto, um estudo recente da Universidade de Vigo identificava apenas 3500 conhecedores da língua e 1500 falantes regulares, situação que preocupa e convida à ação”, sustenta-se.

Leia Também: Tutti Frutti. Parlamento aprova levantamento da imunidade de Medina

Compartilhar
Exit mobile version