Quinta-feira, Setembro 19

Estas pequenas caixas permitem receber mensagens, alertas sonoros ou números de telefone através da sua própria frequência de rádio e, por isso, sem recorrer às redes de telemóveis, que podem estar sujeitas a interrupções, problemas de ligação ou interceção das comunicações.

 

Este é um dos argumentos de venda da empresa norte-americana Spok, que continua a fabricar ‘beepers’.

“Fique descansado com ‘beepers’ cujo sinal penetra o aço como metal, enquanto o sinal de um ‘smartphone’ pode ser bloqueado”, gaba-se a empresa no seu portal na Web.

“Os sistemas de ‘pagers’ proporcionam um meio de comunicação mais fiável, por exemplo, em caso de falha de uma rede Wi-Fi ou telefónica”, afirma também o fabricante Discover Systems.

Embora os ‘beepers’ tenham tido o seu apogeu no Ocidente nos anos 1980 e 1990 – mais de 2,3 milhões de pessoas possuíam um em França em 1998 -, a sua utilização persiste hoje sobretudo nos hospitais, em particular nos Estados Unidos.

De acordo com um estudo publicado em 2017 pelo Journal of Hospital Medicine, cerca de 80% dos médicos hospitalares inquiridos utilizavam ‘pagers’ e metade das mensagens que recebiam estavam relacionadas com o tratamento dos doentes.

De acordo com a Spok, o primeiro ‘pager’ foi patenteado nos Estados Unidos em 1949 pelo inventor Alfred Gross, um pioneiro da comunicação sem fios, e foi utilizado pela primeira vez num hospital de Nova Iorque.

No entanto, o termo “pager” foi oficialmente registado em 1959 pela empresa Motorola, que foi líder de mercado durante várias décadas. 

De acordo com a Spok, em 1994 estavam em circulação em todo o mundo cerca de 61 milhões de ‘pagers’, antes de os telemóveis terem dado o golpe de misericórdia.

O primeiro ‘bip’ da Motorola, o ‘Pageboy 1’, criado em 1964, era utilizado para enviar um alerta sonoro por telefone antes de a tecnologia ser aperfeiçoada e, a partir dos anos 1980, tornou possível o envio de mensagens escritas, embora nem sempre para fins legais.

A bem documentada série ‘The Wire’, sobre o tráfico de droga em Baltimore, no leste dos Estados Unidos, mostra como os ‘pagers’ são também utilizados para vender droga.

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