Sábado, Setembro 21

ANÁLISE

José Gomes Ferreira considera que a mais recente fuga de informação sobre a conta offshore de António Mexia, nas Caraíbas, terá influência na linha de investigações e acusações nos processos que o antigo presidente executivo da EDP é referenciado.

António Mexia, antigo presidente da EDP, acumulou mais de 5 milhões de euros numa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, segundo uma recente fuga de informação – de acordo com o semanário Expresso – que será agora investigada pelo Ministério Público. O ex-presidente da EDP é revelado como o beneficiário da empresa Miamex Ventures Limited. Mexia é arguido desde 2017 em três processos-crime por suspeitas de corrupção e outros crimes financeiros, enquanto presidente executivo da EDP.

Na Grande Edição da SIC Notícias, José Gomes Ferreira explica que o facto de António Mexia ser identificado como beneficiário da conta offshore nas Caraíbas, “releva a linha de investigações e acusações nos processos que Mexia é referenciado”.

“Aquilo que é a posição do Ministério Público em matérias de indícios ou de provas é reforçada, obviamente. Das duas uma: ou o dinheiro escapou à tributação e por isso é que foi recebido através de offshore. Ou então decorre de atos de corrupção ativa, ou passiva e por isso foi guardado em offshore para não ser descoberto”, reforça.

José Gomes Ferreira defende que há duas formas de fazer crescer um negócio – por “via orgânica” ou por “via de aquisição/alavancagem financeira”. Na sua opinião, António Mexia “sempre escolheu jogar na alavancagem financeira” o que resultou no endividamento da EDP.

“É factual. A EDP chegou a ter o equivalente a 10% do PIB em dívida“.

Um impasse chamado Orçamento do Estado

Fernando Medina defende que o Orçamento do Estado deveria ser negociado à porta fechada. O ex-autarca da Câmara Municipal de Lisboa (CMS) disse ainda desconhecer se vai haver um entendimento entre o Partido Socialista (PS) e o Governo.

José Gomes Ferreira considera que o resultado será o mesmo independentemente das negociações decorreram à porta fechada ou não.

“Ou há uma vontade do PS de aceitar negociar e da AD/PSD de aceitar ceder em determinados pontos. Ou não há essa vontade. Também há uma terceira via que é, o PS não querer negociar nada mas deixar passar [o Orçamento do Estado].”

As declarações de Fernando Medina surgiram depois do Presidente da República garantir que irá dissolver o Parlamento se o Orçamento do Estado for chumbado.

Na opinião de José Gomes Ferreira, Marcelo Rebelo de Sousa está a “pressionar para que haja aprovação do Orçamento do Estado. Está a dramatizar porque o risco de não haver é muito grande”.

Compartilhar
Exit mobile version