Sábado, Dezembro 28

“Nós, seres humanos, não temos sido livres, temos sido escravizados. Quem se atreve a escravizar uma espécie tão genial?” ​​ Francis Ford Coppola, realizador

“[Na inteligência artificial] estamos a carregar no acelerador com toda a força e ninguém sabe como carregar nos travões” — Yuval Noah Harari, historiador

“Há algo de belo em ter uma missão” -Patti Smith, música

“A escrita tirou-me do ateísmo. Não se consegue explicar o que acontece ao escrever numa visão apenas materialista, é impossível” – Jon Fosse, escritor

“A língua (…) está a definir por falta de uso, perdeu o músculo, porque as pessoas deixaram de falar” — Hélia Correia, escritora

“Existe uma profunda fratura cultural. Somos cada vez menos capazes de ouvirmos uns aos outros” – Michael Sandel, filósofo

“É como se sentíssemos que deixaríamos para trás o futuro, entendido como promessa de emancipação e lugar onde podemos projetar lutas, criações e desejos de justiça e igualdade, de vida mais digna” — Marina Garcés, filósofa

“Está a haver muitas rupturas, mas não as rupturas certas” — Samuel Úria, músico

“As democracias liberais chegaram a uma espécie de limite, de tal maneira que se pode falar em pós-democracia. O limite leva-as a que só queiram conservar-se a si próprio” — José Gil, filósofo

“Não gosto dos tempos modernos, a não ser os do Chaplin. Está cada vez pior a realidade do dia-a-dia, a arquitectura, a tecnologia” — Aki Kaurismäki, realizador

“[Em Lisboa] Houve sociedades recreativas despejadas em bolsas. devemos refletir sobre o que aconteceu a essa vida coletiva” — José Smith Vargas, autor de BD

“Hoje vejo-me, velha anarquista, a pedir: “Mais Estado, por favor!”” — Luísa Costa Gomes, escritora

“Precisamos que sejam as pessoas com deficiência a liderar as suas próprias narrativas e que seja a própria comunidade a liderar aquilo que faz falta” — Diana Niepce, coreógrafa

“Se só fizéssemos o que é bom, o que é moralmente correto, não sobreviveríamos” – Benjamín Labatut, escritor

“Não é possível tocarmos alguém sem sermos tocados ao mesmo tempo. Interessa-me a mutualidade dessa experiência” — Faye Driscoll, coreógrafa

“As pessoas mais incríveis que conheceram na vida estão na terra indígena e acho que nunca perderei esta admiração” — João Salaviza, realizador

“A música falou aos explorados e os explorados ouviram-na e sentiram que a vida não é esta fatalidade de servir o patrão até que as forças se esgotem e toda a beleza se esbata” — A Garota Não, música

“Muito do que os trabalhadores artesanais faziam em vários tecidos não podiam ser feitos por máquinas. Hoje, há tecnologias que podem tornar tudo muito mais distópico” — Daron Acemoglu, economista

“A poesia permite-nos sair do mundo e depois voltamos revigorados, mais atentos e incisivos. Politicamente, espiritualmente” — Andreia C. Faria, poetisa

“Perante a morte sou como uma criança, não sou alguém maduro” — Pedro Almodóvar, realizador

“Preciso da arte para lutar contra os meus instintos de morte” — Yayoi Kusama, artista plástico

“Há uma desconfiança do espaço público: a liberdade de que desfrutari enquanto criança nos anos 1960 esfumou-se há muito” — Francis Alÿs, artista

“Estamos a educar as crianças e os jovens para que pensem apenas na produção, para aprenderem coisas “úteis”, para contribuirem para a economia. Não são educados para serem críticos ou rebeldes” — Antonio Monegal, ensaísta

“Estou sempre nesta luta de romper essa coisa cristalizada dos museus, de não tocar nas coisas” — Carlos Bunga, artista plástico

“Mesmo quando as mulheres são agredidas, não são apenas vítimas. (…) Essa é também uma maneira de apresentar como seres frágeis, é uma maneira de duplamente as vitimizar e as invisibilizar” — Mathilde Monnier, coreógrafa

“A pergunta hoje não é “o que é a fotografia”, mas antes “o que pode vir a ser”” — María Santoyo, diretora da PhotoEspaña

“Claro que tenho medo. Tenho medo porque a opinião dos outros é a única coisa que temos. Podemos fingir e dizer “quero lá saber”, mas infelizmente somos 100% dependentes da opinião dos outros” — Miguel Esteves Cardoso, cronista

“Vivemos num país pequeno sob uma espécie de temor reverencial” — Mário Cláudio, escritor

“Assusta-me muito este medo da complexidade que existe hoje; que nos sustentamos tanto que andemos à procura de grandes soluções, milagres, discursos messiânicos para salvar o mundo” —Mia Couto, escritor

“Uma banda é como um casamento com um monte de pessoas diferentes. Quem é que aguenta estar casado com várias pessoas?” — Lias Saoudi, musicista dos Fat White Family

“É vital que os cineastas mais jovens tenham consciência de seus direitos e devem: lutem para que o seu filme vos pertença” — Pedro Costa, realizador

“A grande verdade que não tem sido dita é que a classe operária tem muito poder — mas está adormecida. Esse poder não foi utilizado” — Ken Loach, realizador

“Sou estrangeiro, refugiado e viajante. Vou de um lugar para outro e não há nenhum lugar a que chame lar” — Ai Weiwei, artista plástico

“Tem de haver uma visão circulatória do estuário do Tejo, em que se possa ir de Almada para o Seixal, do Seixal para o Barreiro, do Barreiro para o Montijo. É esta metrópole que anda à volta da água que tem de se chamar Lisboa” – Ricardo Bak Gordon, arquiteto

“Gosto muito de perceber, em cada filme, que se trata de algo que nunca aconteceu antes. Para que seja uma aventura perigosa” — Patrícia Mazuy, realizadora

“Adoro isso, o cinema como construtor da nossa relação com a beleza e com a fealdade” — Coralie Fargeat, realizadora

“Se sou artista, faço o que faço, quando quero e como me apetece. Porque gosto e porque sou assim” — Pedro Cabrita Reis, artista

“A grande arte deve nos levar ao lugar do silêncio” – Paul Lynch, escritor

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