Nos centros de reprodução controlada, quer em Portugal quer em Espanha, o trabalho continua e na floresta de montado mediterrânico os acasalamentos e nascimentos de crias têm-se também multiplicado. Só no ano passado nasceram 722 crias.
Há 20 anos, o lince ibérico estava praticamente extinto. De lá para cá, num esforço conjunto, Portugal e Espanha conseguiram recuperar a espécie que, mesmo assim, está na lista dos animais vulneráveis.
Os últimos censos contabilizam agora, nos dois lados da fronteira, 2.021 destes felinos. Números que seriam esperados só daqui a vários anos.
Nos centros de reprodução controlada, quer em Portugal quer em Espanha, o trabalho continua e na floresta de montado mediterrânico os acasalamentos e nascimentos de crias têm-se também multiplicado. Só no ano passado nasceram 722 crias.
O esforço tem envolvido entidades públicas, privadas, população e entidades não governamentais.
Apesar de ser predador de topo, o lince ibérico não ataca pessoas, mas tem invadido propriedades agrícolas para se alimentar, por exemplo, de galinhas. A base da sua alimentação é o coelho bravo, que está com estatuto vulnerável pela redução de 70% da sua população. Também aí se está a intervir.
Os linces que nascem em cativeiro são depois libertados e monitorizados através das coleiras e de foto armadilhas, que vão captando imagens em pontos estratégicos no montado.
Os atropelamentos são a principal causa de morte não natural. Para ajudar a reduzir os acidentes, foi estabelecida uma parceria com as Infraestruturas de Portugal e a Waze. Através de um dispositivo de radiofrequência e sensores nas coleiras, cada vez que um destes gatos gigantes que podem chegar aos 30 kg aparece a menos de 200 metros de uma via, a aplicação de navegação rodoviária emite um aviso.
Para já, funciona nas principais vias entre o Algarve e a zona de Mértola.
Em breve, além do Vale do Guadiana, a reintrodução do lince poderá vir a espalhar-se à serra de São Mamede, Moura e Barrancos.
