1. Ricardo Leão teve a ousadia, para uns, ou a coragem, para outros, de se aproximar do “sentimento” e da “preocupação” das pessoas para declarar que qualquer inquilino dos bairros municipais que seja condenado com sentença transitada em julgado deve ser expulso da casa que ocupa. Porque, não há dúvidas, uma ampla maioria – provavelmente uma esmagadora maioria – das pessoas concordará com ele e estará disposta a conceder-lhe o seu apoio ou voto na primeira oportunidade. Para o senso comum, a noção de proporcionalidade, o conceito de “penas acessórias” que a Constituição proíbe ou a filosofia de um modelo de justiça que aposta na reintegração social de pouco valem perante a simples questão do crime e castigo, do prêmio e da vingança. Daí que parte do PS e uma ampla camada de opinião o tenham criticado com aspereza. Não era a “honra” do PS que estava em causa; era pura e simplesmente o Estado de direito e uma ideia de justiça que ainda prevalecem sobre as emoções, a demagogia e o populismo.
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