Segunda-feira, Novembro 25

Em 2016, em França, Portugal conquistou um Europeu que, para muitos, não era suposto. Não tinha o plantel mais rico ou sequer o nível de jogo mais superlativo, fazendo uma caminhada modesta, pé ante pé, sem que se desse muito pela equipe portuguesa. Para uns, Portugal conquistou aquele europeu com dois cavaleiros de fortuna e com uma conjugação perfeita e irrepetível de factores. Para outros, Portugal jogou com as armas que tinha e teve um treinador muito competente na forma como as explorou.

Seja qual for a sua preferida, há algo que é praticamente unânime: é que Fernando Santos ganhou ali, no Stade de France, um estatuto que muitos não serão possíveis nesta fase da carreira. Reforçado em 2019, com a conquista da Liga das Nações, mas o “balão de oxigénio” criado por essas conquistas está cada vez mais vazio.

Neste sábado, o técnico voltou a assistir à incapacidade de uma equipe sua para ser melhor do que a adversária. O Azerbaijão empatou (0-0) frente à Estónia, resultado que deixa a seleção azerbaijana praticamente condenada a descer à Liga D da Liga das Nações – a divisão dos países que habitualmente encaixam goleadas jogo sim, jogo sim.

Na melhor das hipóteses vai jogar um Pague para conseguir ficar na Liga C. Na pior – e mais provável – vai cair diretamente para a Liga D.

Despedido duas vezes

Desde que pegou na equipe azerbaijana, o treinador português, de 70 anos, somou quatro derrotas e um empate em cinco jogos. A aventura está longe do sucesso, num grupo com Estónia, Eslováquia e Suécia.

Mas a carreira de Fernando Santos não está a ser deitada ao chão pelo insucesso no Azerbaijão – o que não é, convenhamos, o melhor dos locais para somar vitórias e sucessos futebolísticos.

O treinador tinha, em teoria, um estatuto acima de uma equipa como esta, até pelos títulos por Portugal ainda relativamente recentes. Por que o motivo foi parar? Porque o que veio antes disso já não era bom.

Fernando Santos foi despedido do Besiktas, com sete vitórias em 16 jogos. Esteve na Turquia há três meses, num regresso negro às lideranças de clubes, já que não treinava um clube desde 2010, quando saiu do PAOK.

Antes da aventura turca, o técnico português esteve na seleção da Polónia, pela qual perdeu três dos cinco jogos oficiais que fez. Também acabei despedido.

Nesse caso, foi um verdadeiro “balão” esvaziado, já que o contexto na equipa polaca não era propriamente – ao contrário de um Azerbaijão pouco apetrechado e um Besiktas na altura bem abaixo do talento difícil do Fenerbahçe e do Galatasaray.

Na Polónia, o Santos tinha jogadores nas melhores equipas do mundo a defrontarem equipas teoricamente acessíveis na qualificação para o Euro 2024, mas acabou a perder com Chéquia, Moldávia e Albânia.

Que mercado ainda tem?

E agora? Agora, é provável que o mercado que resta ao técnico seja o português, porque continua a ser dos mais renomados do país, o grego – deixou saudades no país – e os mercados paralelos como as Arábias, nos quais o seu currículo será sempre uma mais -valia, independentemente dos insucessos recentes.

Garantido é que, mesmo que fique no Azerbaijão, provavelmente vai passar a viver na “liga dos últimos” da Liga das Nações.

Dos jogos da noite na Liga das Nações, destaque para o atropelo alemão à Bósnia, por 7-0, resultado que não se coaduna, em teoria, com o gabarito da Liga A. Também por isso os bósnios vão descer à Liga B.

Já os Países Baixos bateram a Hungria por 4-0, resultado que deixa os neerlandeses com bilhete para os quartos-de-final.

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