Segunda-feira, Setembro 23

Os 39 novos governantes começam a trabalhar debaixo de fogo com mais protestos nas ruas e na extrema-direita, com Marine Le Pen a garantir que a equipa de Michel Barnier não terá futuro e Jordan Bardella a prometer derrubar o governo. 

O novo Governo francês inicia esta segunda-feira funções, com um pequeno-almoço no Palácio de Matignon. Depois de conhecer os novos 39 governantes, anunciados no sábado, a extrema-direita de Le Pen e Bardella ameaçaram de imediato derrubar o novo Governo, enquanto na ruas de Paris milhares de pessoas exigiam a destituição de Emmanuel Macron. 

Antoine Armand, o novo ministro das Finanças, foi o primeiro a receber a pasta no domingo ao fim da tarde.  

A jovem estrela do partido de Macron chega ao Governo aos 33 anos com a promessa antecipada, feita poucas horas antes da posse, de aumento de impostos e cortes na despesa pública para reduzir o défice, que é de mais de 5% pelo segundo ano consecutivo. 

Michael Barnier, 73 anos, líder do partido Republicanos da direita conservadora, escolhido por Emmanuel Macron para primeiro-ministro, marcou para a manhã desta segunda-feira um pequenoalmoço no Palácio de Matignon. 

Barnier reconhece que França está numa situação financeira “muito grave”

Numa entrevista ao canal France 2, o primeiro-ministro francês reconheceu que o país está numa situação financeira “muito grave”. 

Barnier garantiu que não irá “aumentar ainda mais os impostos a todos os franceses, que já pagam mais impostos do que os outros cidadãos europeus”. E acrescentou que não irá aumentar os impostos “nem aos mais modestos, nem aos trabalhadores, nem às classes médias”. No entanto, disse que não excluirá “que os mais ricos participem no esforço nacional que será necessário fazer”. 

Na mesma entrevista, assegurou que irá proteger toda a legislação sobre o aborto, o casamento homossexual e a procriação medicamente assistida, dadas as dúvidas que surgiram devido à presença no seu Governo de ministros que se opõem a estes direitos. 

“Não há nenhuma ambiguidade”, afirmou, ao ser questionado sobre a situação, reiterando que essas leis “serão integralmente preservadas”, e ele será o garante disso mesmo. 

As dúvidas surgiram principalmente devido à presença no Governo de Laurence Garnier, opositora assumida do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que chegou a ser falada como nova ministra da Família, mas que acabou por assumir o cargo de secretária de Estado do Consumo. 

O primeiro-ministro defendeu também a nomeação de Bruno Retailleau, outra conhecida figura da direita mais conservadora de Os Republicanos, como ministro da Administração Interna, e, por isso, responsável pela política de imigração. 

Extrema-direita promete derrubar o Governo e França Insubmissa anuncia moção de censura

Os 39 novos governantes começam a trabalhar debaixo de fogo com mais protestos nas ruas, e na extrema-direita, com Marine Le Pen a garantir que a equipa de Michel Barnier não terá futuro e Jordan Bardella a prometer derrubar o governo. 

Também os partidos da frente de esquerda França Insubmissa, que ganhou as últimas eleições, já tinham anunciado uma moção de censura. 

Os nomes dos ministros foram anunciados no sábado, depois da segunda manifestação que em 15 dias juntou milhares de pessoas, em Paris, e onde agora não faltou quem lembrasse o passado de extrema-direita de um dos principais ministros. 

A manifestação, que decorreu sem incidentes, foi convocada por sindicatos e associações estudantis, ecologistas e feministas. Os manifestantes exigiam a destituição do Presidente da República, Emmanuel Macron. 

Com LUSA

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