Quinta-feira, Outubro 10

Em declarações aos jornalistas à entrada de uma reunião com a embaixadora da Palestina na sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, Mariana Mortágua afirmou que a permanência desta bandeira no navio “coloca Portugal numa situação insustentável perante o direito internacional”, uma vez que “estão a ser cometidos crimes de guerra por parte do Governo e do exército israelita contra o povo de Gaza”.

 

“Quando um ministro anuncia que vai retirar e que a bandeira vai ser retirada do navio em dois dias e ela não é retirada, o que está a dizer é que Portugal é uma república das bananas, que não cumpre o direito internacional e que não faz valer as suas próprias determinações”, acrescentou a líder bloquista.

Mariana Mortágua considerou que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, “faltou à sua palavra e foi incapaz de cumprir o compromisso de retirar a bandeira portuguesa do navio que leva armamento para o genocídio israelita contra o povo de Gaza”.

No final de setembro, o navio “Kathrin”, que transporta material explosivo com destino a Israel, entre outros países, pediu a retirada da bandeira portuguesa, uma decisão “irreversível”, após diligências do Governo português sobre o caso, anunciou à Lusa fonte oficial.

Mortágua disse que se “havia um acordo para a bandeira ser retirada e ela não foi” isso significa que “há uma empresa internacional que não está a cumprir um acordo com o Estado português e que o Estado português não quis fazer valer o seu poder e a sua capacidade para retirar unilateralmente a bandeira”.

A líder do Bloco reiterou a acusação de que Paulo Rangel é o ‘barqueiro do genocídio’ — já repudiada pelo ministro —, uma vez que o navio ainda mantém a bandeira portuguesa, “apesar de todas as promessas feitas”.

A bloquista insistiu ainda que o Governo deve reconhecer o Estado da Palestina, considerando uma “hipocrisia que o Governo não tenha feito nada” nesse sentido enquanto defende a solução de dois Estados para o território.

“Como é que é possível defender a solução de dois Estados, como diz o Governo português, quando não reconhece um dos Estados e quando sabemos que o reconhecimento da Palestina é tão importante hoje para travar a guerra no Médio Oriente, para reconhecer o direito de um povo que está a ser massacrado pelo exército israelita e pelo Governo de Israel”, disse.

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