Quinta-feira, Setembro 19

 

Em declarações aos jornalistas à margem de uma concentração promovida pela Fiequimetal à frente da Assembleia da República, em Lisboa, Paulo Raimundo considerou que o Governo “tem as mãos manchadas da situação que está a ocorrer na Palestina” e que não basta reconhecer a existência de um navio a transportar material militar para Israel.

“O importante é agir em conformidade com isso, não basta reconhecer. De que é que nos vale o reconhecimento? Qual é a ação? Qual é a medida concreta? O que é que vai impedir? Não vale a pena dizer que vai trocar a bandeira”, acrescentou o líder dos comunistas.

Paulo Raimundo reagia à entrevista dada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros ao jornal Público e à rádio Renascença, na qual Paulo Rangel revelou que o navio com pavilhão português que transporta explosivos tem como destino final o Montenegro e a Eslovénia e o material será usado em fábricas de armamento da Polónia, Eslováquia e Israel.

No final do mês de agosto, após questões levantadas pelo BE e PCP, o ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o navio cargueiro Kathrin, que transporta explosivos, tem pavilhão português mas é alemão e que não iria para Israel.

“Transporta explosivos, não armas”, afirmou na altura o governante.

Paulo Raimundo disse que, embora não acredite que o ministro queira “desvalorizar a questão”, sentiu-se, na entrevista ao Público e à Renascença, “um bocadinho apertado” e procurou “uma forma de manobra” na resposta à questão sobre esta matéria.

O secretário-geral do PCP insistiu na necessidade do Governo português fazer o que “a Constituição obriga” e “fazer de tudo para o caminho da paz” e um cessar-fogo na Palestina.

Além disso, embora não considere que seja um “passo decisivo”, Raimundo instou também o Governo a reconhecer o Estado da Palestina, afirmando que continuará a pressionar nesse sentido na Assembleia da República.

“O Governo vai ter que ceder, vai ter que ceder nesse ponto de vista”, conclui o secretário-geral do PCP.

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