Quinta-feira, Outubro 24

Governo confirma que haverá reforço de segurança nos autocarros, mas sem especificar em que moldes. Sindicatos descartam existência de recusas de serviço por parte destes profissionais

Os motoristas de autocarros da Carris Metropolitana, a operar em alguns dos bairros da Grande Lisboa que têm sido alvo de atos de violência ao longo das últimas noites, estão preocupados com as condições de segurança durante o horário de trabalho.

Essas preocupações foram confirmadas à CNN Portugal por dois dirigentes da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans). Ainda assim, não há até ao momento registo de recusas de serviço.

“Os trabalhadores têm exigido condições de segurança, mas não se recusam a ir aos bairros”, explica a dirigente Anabela Carvalheira, lembrando que não há vontade de prejudicar todos os moradores destes bairros que nada têm a ver com os episódios de violência dos últimos dias.

Uma das soluções, diz a responsável da Fectrans, passaria por as empresas “pagarem gratificados às polícias, para estarem nas carreiras que viajam em horas mais difíceis”.

“O que nós dizemos é que o Governo e as empresas têm de tomar as medidas para salvaguardar os trabalhadores, até porque há trabalhadores que têm colocado este tema”, acrescenta José Manuel Oliveira, coordenador da Fectrans.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, anunciou hoje que “todos os meios que o Estado português dispõe para garantir a segurança das pessoas, não só nos bairros, vão estar disponíveis”, confirmando que haverá “reforço da segurança também nos autocarros”, mas sem especificar em que moldes será realizado.

Contactada pela CNN Portugal, fonte oficial da Carris Metropolitana diz não ter informação sobre alterações de rotas devido à onda de violência, mas admite “desvios nos locais com dificuldades de acesso” em articulação com a PSP.

Recorde-se que um motorista de autocarro da Carris Metropolitana ficou com o braço a arder depois de atingido por um cocktail molotov em Loures, lançado por um grupo de encapuzados na última madrugada. Os sindicatos exigem que este episódio seja tratado como um acidente de trabalho.

Por sua vez, à CNN Portugal, o Movimento de Utentes dos Transportes de Lisboa admitiu não existir um cenário generalizado de preocupação por parte dos utentes dos transportes públicos da capital e arredores. A porta-voz Cecília Sales defende que não se deve contribuir para transformar em guetos os bairros que têm sido palco de episódios de violência. Enquanto movimento, diz, a sua preocupação “é que sejam repostos os autocarros”.

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