Quarta-feira, Julho 3

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reagiu, esta segunda-feira, à morte do cantor e compositor Fausto Bordalo Dias e garantiu que foi com “profundo pesar” que recebeu a notícia. Montenegro salientou que o músico “encantou-nos durante décadas” e que a morte do artista “não significa o seu desaparecimento”. 

“O contributo que deu à música e à portugalidade são eternos e vão continuar a inspirar-nos”, escreveu Luís Montenegro numa publicação feita na rede social X (antigo Twitter).

O cantor e compositor Fausto Bordalo Dias morreu, esta segunda-feira, aos 75 anos, vítima de doença prolongada. 

O músico viveu a infância e a adolescência em Angola, onde começou a interessar-se por música, assimilando os ritmos africanos que conjugaria com ritmos e modos da tradição popular portuguesa. O seu primeiro grupo, porém, integrava-se no movimento pop dos anos 60 e tinha por nome Os Rebeldes.

Fixou-se em Lisboa em 1968, quando entrou no antigo Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, atual ISCSP – Universidade de Lisboa, para se licenciar em Ciências Sócio-Políticas.

A adesão ao movimento associativo aproxima-o de compositores como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e, mais tarde, de José Mário Branco e Luís Cília, que já viviam no exílio.

‘Pró que Der e Vier’ (1974) e ‘Beco sem Saída’ (1975) contam-se os seus dois trabalhos iniciais marcados pela experiência revolucionária.

A esses seguiram-se ‘Madrugada dos Trapeiros’ (1977), que inclui a canção ‘Rosalinda’, ‘Histórias de Viajeiros’ (1979), que abre já caminha a ‘Por Este Rio Acima’ (1982), o seu grande sucesso, inspirado na obra ‘Peregrinação’, de Fernão Mendes Pinto.

Com ‘Para Além das Cordilheiras’ (1989) venceu o Prémio José Afonso.

‘O Despertar dos Alquimistas’, ‘A Preto e Branco’, ‘Crónicas da Terra Ardente’ são outros dos seus álbuns.

Em 2003 compôs ‘A Ópera Mágica do Cantor Maldito’ (2003), uma perspetiva sobre a história portuguesa pós-25 de Abril.

Em 2009, com José Mário Branco e Sérgio Godinho, fez o espetáculo ‘Três Cantos’, sobre o repertório dos três músicos, dando posteriormente origem a um álbum com o mesmo nome.

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