Segunda-feira, Novembro 25

Ah, todos nós não gostamos de dar uma olhada no mistério e na imaginação! Portugal, como muitos outros países, está repleto de histórias de criaturas e monstros míticos que foram transmitidos de geração em geração e continuam a fazer parte da cultura portuguesa, e escolhi algumas para partilhar convosco.

A Coco ou Coca, uma dragão fêmea
Esta era uma criatura lendária com um corpo longo e serpenteante, garras afiadas e dentes mortais, que se escondia em lugares escuros, esperando para capturar crianças incautas. Depois de arrebatá-los, eles seriam jogados em um saco e roubados para que sua carne fosse arrancada e comida, sem deixar vestígios deles. Os pais alertavam os filhos: ‘Comporte-se, ou Coco virá e levará você embora’.

O Bicho-Papão

Outra criatura que assombra os recantos obscuros do folclore português é o ‘Bicho-Papão’, muitas vezes comparado ao ‘bicho papão’. Essa figura era usada pelos pais para assustar as crianças e fazê-las se comportar e se escondia em armários ou embaixo das camas, pronta para agarrar as crianças que se recusavam a dormir. Diz-se até que existe uma canção de ninar: ‘Vai-te, Papão, vai-te embora (Vá, papão, vá embora), de cima desse telhado, (de cima daquele telhado), deixa dormir o menino (deixe o menino dormir ), um soninho descansado.'(um sonho repousante).

Lenda de São Martinho

Esta lenda não é para assustar as crianças, mas conta a história de Martinho, que alguns dizem ser um soldado romano (a nacionalidade parece depender de quem conta a história) que regressou a casa durante uma tempestade, e foi detido por um mendigo vestido em trapos. O soldado tinha pouco para dar ao mendigo, mas cortou a capa ao meio com a espada e deu a metade ao mendigo. Naquele momento, a tempestade instantaneamente passou e um sol radiante brilhou sobre eles.

Assim nasceu o milagre conhecido como ‘verão de São Martinho’, que significa ‘verão de São Martinho’, sempre que o frio do outono dá lugar a um dia quente e ensolarado. O Dia de São Martinho, ou Dia de São Martinho, é tradicionalmente próximo do Dia de Finados, quando as pessoas celebravam os seus mortos à volta de uma fogueira e assavam castanhas (que são da época nesta altura), para que as almas que partiram pudessem aqueça-se no calor do fogo e desfrute da nutrição destas delícias outonais – regadas, claro, com um vinho conhecido como água-pé, feito a partir da adição de água à polpa da uva que sobrou da vinificação.

Moura/Mouros Encantados

O Moura Encantada é um ser sobrenatural dos contos de fadas do folclore português e galego. Linda e sedutora, ela vive enfeitiçada, e dizem que será vista penteando seus lindos cabelos longos – que podem ser dourados, ruivos ou pretos como breu. Sob um feitiço, ela promete uma rica recompensa a qualquer um capaz de quebrar o feitiço e libertá-la. De acordo com a tradição antiga, existem várias versões da mesma lenda, como resultado de séculos de tradição oral. Dizem que Mouras encantadas são donzelas mágicas que guardam castelos, cavernas, pontes, poços, fontes, rios e tesouros.

Lenda das Lagoas das Sete Cidades

Esta é uma lenda que gosto particularmente e que vem dos Açores. A Lagoa das Sete Cidades é uma lagoa gêmea situada na cratera de um vulcão adormecido e consiste em duas pequenas lagoas ecologicamente diferentes, ligadas por um estreito.

Dizia-se que aqui havia um reino com uma linda princesa de olhos azuis. Sentindo-se presa pelas muralhas do castelo, ela caminhava diariamente pelos campos próximos, onde conheceu um belo pastor de olhos verdes. Eles conversaram sobre suas vidas e sonhos e – claro – se apaixonaram. O rei os proibiu de se encontrarem novamente e, arrasada, ela implorou que ele permitisse um último encontro com ele. Comovido pela dor dela, ele permitiu uma última visita. A princesa e o pastor choraram pelo amor perdido e falaram sobre estarem separados, e suas lágrimas correram pelo vale. As lágrimas da princesa formaram uma lagoa azul e as lágrimas do pastor formaram uma lagoa verde, desde então juntas lado a lado – nunca unidas, mas nunca separadas.


Marilyn escreve regularmente para As Notícias de Portugale vive no Algarve há alguns anos. Amante de cães, ela morou na Irlanda, Reino Unido, Bermudas e Ilha de Man.

Marilyn Sheridan

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