Quinta-feira, Setembro 19

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assinalou, este domingo, os 45 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

 

Questionada sobre as mudanças que se vão concretizar neste sistema, a governante começou por dizer que o dia que se assinalava hoje era “muito simbólico”.

“Mais do que debate sobre medidas específicas, quer dizer isso mesmo. Quer dizer que no século XXI os profissionais têm expectativas diferentes, os cidadãos têm também necessidades e expectativas diferentes. Quer dizer aquilo que, no fundo, todos dizemos, cada uma à sua maneira: que muita coisa mudou”, afirmou, em declarações em Rega de Oliveira, distrito de Coimbra.

“O SNS tem de manter e certamente vai continuar a manter os valores constitucionais, que são valores da universalidade, solidariedade e da equidade, que é muito importante. O combate às desigualdades faz-se muito através deste serviço público de saúde mas, naturalmente, que temos de olhar hoje para a realidade. Mudança quer dizer isso mesmo: transformação e olhar para instrumentos que não tínhamos no passado”, apontou.

Confrontada sobre a possibilidade de a mudança trazer mais peso com os privados ou, por outro lado, autonomia para contratos nos hospitais, a governante rejeitou comentar as matérias “uma a uma”. “Autonomia será sem dúvida, mas há outras coisas que terão impacto redobrado com o cidadão lá em casa, como, por exemplo, a transformação digital”, transformação que promete “aproximar” os serviços da população – tanto a mais idosa, quanto às populações mais remotas.

“Precisamos muito de usar o digital de uma maneira positiva e inteligente, que ajude a nossa inteligência humana a chegar mais perto daqueles que precisam de nós”, asseverou a ministra.

“E por isso acredito firmemente que, para mantermos e reforçarmos o SNS que todos defendemos, temos de conversar sobre a sua renovação. Uma mudança que tem de começar já, mas que, sendo honestos, é uma mudança para mais do que uma legislatura”, sublinhou.

Ana Paula Martins adiantou que se trata de uma mudança estrutural que “não é compatível com a discussão permanente da espuma dos dias e do que é pontual” e essa mudança tem que “relevar o que une” as pessoas e partidos e não o que divide.

“Uma mudança que não é compatível com a atitude de quem nada fez vir exigir agora que tudo já devia ter sido feito. Sabemos que temos de dar resposta à doença aguda e à necessidade dos nossos doentes, porque só assim podemos melhorar a condição de vida de todos, aliviar o sofrimento e criar uma vida de qualidade para todos”, salientou.

A governante defendeu ainda que “também é necessário diminuir a carga da doença promovendo a prevenção e apostando fortemente em hábitos de vida saudável”.

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