Sexta-feira, Novembro 1

No seu espaço semanal de comentário às quintas-feiras no Jornal Nacional, 5.ª Coluna, Miguel Sousa Tavares comentou ainda a mais que provável vitória de Trump nas presidenciais norte-americanas e o fim exigido por Israel da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos

As declarações do presidente da Câmara de Loures sobre o despejo “sem dó nem piedade” de quem participou nos distúrbios na Grande Lisboa, na sequência da morte de Odair Moniz, geraram polémica, mas para Miguel Sousa Tavares merecem discussão do ponto de vista político.

“Eu não discordo. Quem andou a queimar autocarros, a pôr em risco a vida dos motoristas e dos passageiros, a queimar os carros dos vizinhos, a queimar património municipal, primeiro não vingou nem fez justiça à memória de Odair Moniz, não contribuiu para pacificar os espíritos, não contribuiu para nada. E provou ser um mau vizinho. Eu acho que há uma obrigação de quem beneficia de qualquer coisa que tenha que ver com o erário público, seja casas, seja apoios sociais, seja benefícios fiscais, de corresponder. Isto é, como dizem os ingleses, payback – recebes e pagas, de alguma maneira”, defendeu.

Para o comentador da TVI/CNN Portugal, a recomendação do Chega de alteração do regulamento municipal de habitação, permitindo despejar de casas municipais quem comete crimes, e que foi aprovada com os votos favoráveis de Chega, PS e PSD, “é inconstitucional organicamente e é inconstitucional materialmente”, no entanto, merece ser discutida.

“Eu não acho natural, não acho aceitável que quem anda a destruir o património no seu bairro, dos seus vizinhos e do município possa ficar impunemente sentado em casa e de vez em quando apetece-lhe ir à rua e destruir património. Eu acho que a questão, do ponto de vista legal, como foi proposto, não tem viabilidade alguma. Do ponto de vista político, merece discussão”, argumentou.

Sobre se a autarquia de Loures poderia concretizar esta medida, Miguel Sousa Tavares acredita que sim, “dentro do regulamento de acesso à habitação municipal”. “Ou seja, da mesma forma que dizes ‘tome lá uma casa de renda baixa, mas não pode destruir a sua casa’, da mesma forma não pode destruir o património municipal e os carros dos vizinhos, que custou-lhes a pagar.”

Outros dos temas em análise foram as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontecem na próxima terça-feira, considerando que, “infelizmente”, Donald Trump vai regressar à Casa Branca.

“Tenho visto que está tudo empatado, que Kamala está à frente no Wisconsin e Michigan, mas acho que é mais um desejo de se tornar realidade. Trump não perde um único dos seus eleitores e Kamala não consegue ganhar eleitores suficientes naquele que deveria ser o seu campo natural… latinos, negros, juventude”, analisa o comentador da TVI, defendendo que, se fosse na Europa, “Trump não ganharia uma eleição em nenhum país, porque é louco, é irresponsável, é ignorante”.

Quanto à decisão de Israel de banir do país a agência da ONU para os refugiados palestinianos, a URNWA, o comentador da TVI/CNN Portugal diz que se trata de uma decisão que condena os palestinianos “a morrer à fome”.

“Isto é de uma imensa barbaridade”, lamentou.

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