Sexta-feira, Setembro 20

O cinema e a dança juntam-se à conversa no Cartaz desta semana, com Miguel Gomes, realizador de “Grand Tour”, uma das estreias da semana nas salas portuguesas, e Ana Macara, co-diretora artística da Quinzena de Dança de Almada, que decorre até 6 de outubro.

Miguel Gomes sente-se grato com o Prémio de Melhor Realização no Festival de Cinema de Cannes e do filme ser o candidato de Portugal à nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional, mas para o realizador “a experiência de um filme é individual”, numa sala escura. Depois da estreia em Portugal, “Grand Tour” tem assegurada distribuição internacional.

O filme foi rodado na Ásia, numa primeira fase por uma equipa reduzida e reflete a especificidade de cada país. Para o realizador “o cinema serve para captar coisas que nos toquem e partilhá-las com as pessoas”. Estavam previstas sete semanas de rodagem que foram encurtadas para cinco devido à pandemia. Numa segunda fase, filmaram-se cenas em estúdio, em Roma e Lisboa.

Neste mês de setembro, “Grand Tour” é um dos cerca de 10 filmes portugueses que estreiam em sala. Miguel Gomes considera que a produção portuguesa em relação a outros países europeus é diminuta e que em termos de investimento do ICA “a situação é estável em relação ao passado”.

Miguel Gomes já pensa no novo filme. Será inspirado no livro “Os Sertões” do brasileiro Euclides da Cunha. Um projeto antigo que foi travado no governo de Jair Bolsonaro e que o cineasta espera ser desbloqueado na governação de Lula da Silva.

“O que é bonito na dança é quando o coreógrafo nos consegue transportar para o mundo que cria”

A Quinzena de Dança de Almada que decorre até 6 de outubro em vários espaços da cidade decorre há 32 edições, de forma ininterrupta. Diz a co-diretora artística, Ana Macara, que quando começou, em 1992, “praticamente não existiam festivais de dança” e a aposta era em várias formas de dança: da clássica, às danças de salão até à dança contemporânea, que se afirmou e é, atualmente, o foco do festival.

As residências artísticas são uma das apostas porque, refere Ana Macara “os coreógrafos e bailarinos têm muitas vezes dificuldade em arranjar um espaço”. Os espetáculos são apresentados na Quinzena de Dança de Almada, já com o objetivo d terem uma vida própria, fora do festival e serem apresentados também no estrangeiro.

Muitos dos espetáculos ao vivo e de videodança, surgem da Plataforma Coreográfica Internacional. O festival recebeu 810 candidaturas de vários países e escolheu 59. Uma dificuldade para a organização já que “a parte difícil de um festival é ter de escolher”.

Espanha está em destaque na 32.ª edição da Quinzena de dança de Almada, fruto da parceria com a Mostra Espanha.

O Cartaz é transmitido na SIC, à quinta-feira, pouco depois das 2:00.

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