“Entrámos no segundo ano deste terrível conflito e a região está à beira de uma nova e grave escalada”, afirmou Tor Wennesland no Conselho de Segurança das Nações Unidas, citado pela agência francesa AFP.
O diplomata norueguês disse que “a violência nos Territórios Palestinianos Ocupados e em toda a região não mostra sinais de abrandamento”.
“Estamos a viver o momento mais perigoso do Médio Oriente desde há décadas”, afirmou, referindo-se à guerra em Gaza, no Líbano, no Iraque, no Iémen, na Síria e às escaladas entre Israel e o Irão.
O coordenador especial da ONU defendeu que devem ser feitos todos os esforços “para desanuviar a situação e traçar um rumo diferente para uma maior paz e estabilidade” no Médio Oriente.
Wennesland mostrou-se particularmente preocupado com a situação em Gaza, que disse ter visitado novamente na semana passada.
“O que vi desafia a imaginação”, afirmou, descrevendo a destruição e os milhares de pessoas que vivem em abrigos improvisados e que não têm “para onde ir com a aproximação do inverno”.
Wennesland apelou a uma “mudança fundamental” para melhorar o acesso à ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que se encontra sitiada por Israel.
Apelou também para a libertação dos reféns detidos pelo movimento islamita palestiniano Hamas.
O conflito atual foi desencadeado por um ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns que foram levados para Gaza.
Israel respondeu no dia seguinte com uma ofensiva de larga escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 43.000 mortos desde então, segundo as autoridades de saúde locais controladas pelo Hamas.
À guerra entre Israel e o Hamas juntaram-se os libaneses do Hezbollah e os huthis do Iémen, o que levou as forças israelitas a bombardear e a invadir o sul do Líbano e a troca de tiros com o Irão.
As autoridades libanesas disseram que os ataques israelitas causaram cerca de 2.700 mortos no Líbano desde 08 de outubro de 20223.
O Irão lidera o chamado “eixo de resistência” a Israel, de que fazem parte o Hamas, o Hezbollah, os huthis e outros grupos armados da região.
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