Sábado, Outubro 19

O neurologista e médico de Ricardo Salgado, Joaquim Ferreira afirmou que “a doença foi mais forte do que qualquer dúvida” quando questionado sobre a chegada do ex-banqueiro, um dos principais arguidos do (extenso) caso que visa o Banco Espírito Santo e o Grupo Espírito Santo (BES/GES), ao tribunal, na terça-feira. 

 

“Estar, hoje, à espera que alguém com 80 anos esteja na plenitude das suas faculdades físicas e cognitivas para responder a um inquérito não faz sentido”, reiterou Joaquim Ferreira, em entrevista à SIC Noticias.

“É impressionante como é que há dois ou três dias se questionava a veracidade de uma doença; como é que alguém que tem uma demência num estado avançado é obrigado a comparecer numa sessão judicial. Dois dias depois questiona-se a adequação dessa pessoa que tem um quadro demencial a entrar pela porta”, declarou o neurologista que apontou que “a mudança de atitude foi notável”.

O médico – que acompanha Salgado há cerca de três anos – sublinhou ainda que este “não está capaz de emitir informação competente”. Recordou também que “2% da população portuguesa tem demência”.

De lembrar que, esta sexta-feira, o Ministério Público (MP) pediu o estatuto de maior acompanhado para Ricardo Salgado no âmbito do processo BES/GES. 

Procuradores do MP pedem ainda a certidão de teor integral do seu interrogatório de terça-feira.

Notícias ao Minuto com Lusa | 10:23 – 18/10/2024

Segundo o documento, assinado pelos procuradores presentes no julgamento em curso no Juízo Central Criminal de Lisboa, o MP quer a emissão de certidão de documentos entregues pela defesa de Ricardo Salgado aquando da sua contestação e das suas declarações em tribunal realizadas na terça-feira, quando fez a identificação formal como arguido no julgamento, com vista à instauração do processo de maior acompanhado.

A defesa de Ricardo Salgado tinha pedido que este fosse dispensado do julgamento, ao invocar o diagnóstico de Alzheimer, mas a juíza Helena Susano decidiu que este teria de comparecer e responder presencialmente por 62 crimes.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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