Nas últimas duas semanas, a Marinha Portuguesa monitorizou um total de nove embarques russos em águas portuguesas, incluindo um navio-espião, “numa coincidência de movimentos sem precedentes em águas de responsabilidade nacional”, lê-se num comunicado divulgado esta sexta-feira, 15 de Novembro.
“A Marinha desenvolveu uma intensa operação de monitorização e acompanhamento de vários navios da Federação Russa que culminou no emprego de oito navios da Marinha Portuguesa, cinco deles em acompanhamento simultâneo no mar”, adianta este ramo das Forças Armadas.
Segundo detalhado, as embarcações russas apresentadas em território nacional nos últimos 15 dias são duas fragatas, uma corveta, três navios de investigação científica, dois navios reabastecedores de combustível e um navio-espião — este último “especializado na captação de emissões rádio e do espectro eletromagnético”, portanto, com capacidade para tentar interceptar comunicações no mar, entre outras embarcações, ou em terra.
A Marinha não especifica os dados ou localização em que foi detectado o navio-espião do Kremlin, pouco habitual em águas portuguesas, nem esclarece se estaria em missão ou em trânsito.
“Através destas acções de monitorização e vigilância”, a Marinha “garante a defesa e segurança dos espaços marítimos sob soberania, supervisão ou responsabilidade nacional, contribui para a protecção dos interesses de Portugal e das suas infra-estruturas críticas e assegura o cumprimento dos compromissos internacionais fortalecem no quadro da Aliança Atlântica”.
Em pouco menos de três anos, desde que o regime de Vladimir Putin tentou uma invasão em larga escala no território ucraniano, a Marinha realizou 126 missões de envio da frota russa: 14 em 2022, 46 em 2023 e 66 de janeiro deste ano até ao presente.
A mais recente operação de monitorização contornou com o apoio do Sistema de Controlo de Tráfego Costeiro e dos respectivos sistemas radar, traduzindo-se “num acumulado de mais de 360 horas de emprego dos Navios da Marinha”.
