Sábado, Outubro 19

Sean Diddy Combs, o rapper que agora enfrenta acusações de abusos sexuais, tráfico de seres humanos e extorsão, em 54 anos de vida, é dos artistas com mais mudanças de nomes. Nasceu no bairro de Harlem, em Nova Iorque, como Sean Combs. Nasceu para o rap como Puff Daddy, depois P. Diddy, a seguir pediu para ser tratado apenas por Diddy, PD, até mudar para Love e voltar a Puffy.

Mas os acontecimentos recentes revelam que as transfigurações foram só na identidade artística, já que, afinal, Sean Combs há anos que é sempre igual em privado. A provar-se o que dizem as vítimas, é um homem violento e manipulador, viciado em substâncias intoxicantes e em festas sexuais a que obrigaria homens e mulheres a participar.

A primeira denúncia foi feita em novembro do ano passado por Cassandra Ventura, cantora e modelo conhecida por Cassie, que namorou mais de uma década com Combs. Um mês depois, mais mulheres avançaram para a Justiça e denunciaram abusos sexuais. Uma delas era menor e tinha 17 anos na altura dos alegados factos. Sean Combs não só voltou a negar, como se revoltou contra o que disse serem as acusações injustas de mulheres em busca de dinheiro.

Já este ano, em fevereiro, a acusação veio de um homem, um produtor musical que acusou o cantor de o tentar forçar a ter sexo com outro homem – e foi esta denúncia que começou a levantar o véu sobre acusações relacionadas com loucas festas de vários dias, em que as drogas facilitariam a prática indesejada de sexo.

A 16 de setembro, Sean Combs é detido sem direito a sair sob fiança, tendo o juiz considerado que, em liberdade, mesmo condicional e vigiada, Combs poderia voltar a tentar contactar vítimas para as forçar a não denunciar o que viveram nas festas conhecidas por “freak offs”, uma expressão de calão que se refere a masturbação e práticas sexuais não convencionais ou desviantes.

Nesta ação coletiva, Sean Combs é acusado de abuso sexual, violação e exploração sexual de mais de 120 pessoas, homens e mulheres, 25 menores na altura dos acontecimentos. Todos são alegadas vítimas das orgias organizadas por Sean Combs, e em que participaram, diz-se, dezenas de celebridades.

Mohamed Al-Fayed

Já Mohamed Al Fayed, era um bilionário egípcio que morreu em agosto de 2023. Era pai de Dodi Al-Fayed, o homem que morreu com a Princesa Diana no acidente de carro em Paris, em 1997. Mohamed é suspeito da prática de dezenas de abusos sexuais, enquanto foi dono dos Armazéns Harrods, em Londres, entre 1985 e 2010.

A ação judicial só agora vai para frente, 29 anos depois de terem surgido as primeiras alegações de abusos sexuais numa investigação da revista Vanity Fair. As vítimas eram, sobretudo, secretárias e assistentes pessoais de Fayed, com idades entre os 19 e os 24. Algumas eram menores. As mulheres eram ainda sujeitas a exames médicos invasivos, como condição para lhes ser oferecido o emprego.

A ação judicial só agora vai para frente, 29 anos depois de terem surgido as primeiras alegações de abusos sexuais numa investigação da revista Vanity Fair.

Jeffrey Epstein

Foi numa prisão de Nova Iorque que Jeffrey Epstein esteve durante um mês a aguardar julgamento. O gestor de grandes fortunas, caído em desgraça, já condenado por abusos sexuais e acusado de tráfico sexual de menores, apareceu morto na cela num aparente suicídio por enforcamento a 10 de agosto de 2019.

A prisão foi encerrada imediatamente depois do incidente para investigar os aparentes erros de funcionamento que permitiram a morte de Epstein.

O multimilionário tinha aparecido duas semanas antes com ferimentos no pescoço e foi colocado sob observação especial para prevenção de nova tentativa de suicídio. Por isso, torna-se incompreensível que, a 10 de agosto, o companheiro de cela tenha sido transferido, os guardas prisionais tenham adormecido e Jeffrey Epstein tenha sido deixado três horas sozinho na cela, onde acabou por morrer.

Compartilhar
Exit mobile version