Sábado, Outubro 26

Em Cuba, um armazém abandonado foi transformado em passerelle para que qualquer ‘idade’ e ‘tamanho’ possa desfilar. Já no Brasil, a moda quer mudar mentalidades, com a criação de roupa sem género.

Conta, peso e medida. São os três pilares da moda que a Ídola – uma agência cubana de modelos – quer deitar por terra. Todos os domingos, num armazém abandonado e agora transformado em passerelle, os alunos da agência aprendem a desfilar e a posar para as câmaras. A idade aqui é irrelevante.

Do S ao XL, todas as formas são bem-vindas. Mais de 400 pessoas tiraram já o curso da agência Ídola, que sabe que em tempos de alegada tolerância, ainda há muitos preconceitos sobre a tal beleza real.

Em Cuba, seguir a carreira de modelo não é fácil em contexto de uma crise económica severa e de uma obsessão social e cultural pelas medidas padrão dos corpos. A agência Ídola quer mudar tudo isso.

Ser modelo depois dos 70 anos

A “primeira vida” de Choi Soon-hwa foi pouco glamorosa. Em vez do conforto económico e reconhecimento social que a tardia carreira como modelo lhe proporcionou, viveu sempre com muito trabalho, pouco dinheiro e com o estigma de ser mãe solteira numa sociedade profundamente conservadora.

Antes das passerelles, Choi Soon percorreu incontáveis quilómetros nos corredores de um hospital onde trabalhou durante anos como auxiliar. Tinha 72 anos quando uma paciente lhe disse que podia ganhar a vida como modelo.

Uma década depois de ter começado a carreira como modelo, a sul-coreana fez história no concurso Miss Universo Coreia ao tornar-se a mais velha concorrente de sempre, depois do concurso ter deixado cair o limite de idade, que até então era 28 anos. O concurso estava também anteriormente vedado a mães solteiras.

No Brasil, desfila-se com roupas sem género

Another Place é o nome da marca que quer que a moda ocupe outro lugar nas mentalidades de hoje em dia no Brasil. Na semana da moda de São Paulo, desfilaram modelos desformatados com roupas sem género.

A nova coleção da Another Place quer desabotoar espartilhos e pôr o Brasil a refletir sobre a identidade de género, tirando o género da roupa. A ideia da marca brasileira é que cada corpo seja uma tela para pintar sem preconceitos, para que a roupa seja o reflexo do interior da identidade real de cada pessoa.

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