Quarta-feira, Outubro 23

José Ganga Júnior falava à imprensa à margem de uma ação de formação que antecipa a realização da II Conferência Internacional de Diamantes de Angola, a ter lugar entre os dias 23 e 24 deste mês, na província da Lunda Sul, para análise do setor dos recursos e reservas minerais do país e do mundo.

 

“A saúde [do setor diamantífero] podemos dizer que não está muito bem, porque, infelizmente, nós nos confrontamos já há mais de dois anos com uma crise sem precedentes no mercado, a crise é mesmo grande. Hoje, do ponto de vista da produção, devo dizer que estamos bem, estamos a produzir, entretanto temos dificuldades na colocação dos diamantes em venda”, disse José Ganga Júnior.

Segundo o presidente do conselho de administração da Endiama, empresa estatal de diamantes de Angola, mais de três milhões de quilates de diamantes estão em ‘stock’ “a esperar por melhores dias”.

“É um esforço, uma resiliência grande, no sentido de podermos manter as operações mineiras. Mas os diamantes têm ciclos (…) precisamos de trabalhar para ultrapassar esta dificuldade”, frisou.

José Ganga Júnior sublinhou que a Índia, o principal comprador de diamantes angolanos, levantou já a suspensão que se verificou no terceiro trimestre do ano passado.

A India decidiu congelar a importação de diamantes brutos como forma de responder à desaceleração do comércio e equilibrar a oferta e a procura.

“Mas o problema do mercado é internacional, então neste momento as vendas são diminutas e os preços também são significativamente mais baixos”, vincou Ganga Júnior.

Apesar da comercialização enfrentar dificuldades, a produção de diamantes tem evoluído, perspetivando-se que ultrapasse as expectativas e se atinja cerca de 14 milhões de quilates este ano.

“Estamos a produzir bem, vamos ultrapassar todas as expectativas e vai ser o nosso maior volume de produção para este ano, indicativamente cerca de 14 milhões de quilates, não estaremos muito longe”, avançou José Ganga Júnior.

Relativamente à II Conferência Internacional de Diamantes em Angola, o presidente da Endiama destacou o objetivo de se promover o investimento mineiro no país, não apenas para os diamantes.

“O objetivo principal é fazer com que instituições nacionais e internacionais, grandes empresas, pequenas e médias, se interessem pelos nossos recursos minerais, particularmente, os diamantes e propiciar riqueza”, expressou.

Sobre o ‘workshop’ de hoje, que contou com a participação de especialistas internacionais, José Ganga Júnior considerou “extremamente importante” para a classificação e avaliação de reservas, porque os recursos se encontram no subsolo e é preciso, primeiro desenvolver trabalhos de prospeção geológica e não “queimar etapas”.

Angola tem nesta altura reservas conhecidas das suas principais minas, que ultrapassam largamente os 600 milhões de quilates, avançou José Ganga Júnior, admitindo que a fabricação e comercialização de diamantes sintéticos são um desafio para quem lida com diamantes naturais.

“É um desafio, estamos efetivamente atentos a isso, estamos inclusive a trabalhar para uma organização internacional, para a Associação de Diamantes Naturais, temos tido já vários encontros no sentido de encontrarmos concertação para promovermos os diamantes naturais”, observou.

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