Várias pessoas foram detidas pela Guarda Civil espanhola a roubar 200 peças de jantes de automóvel que estavam num contentor que foi arrastado pelas águas numa zona industrial.
Depois do rasto de destruição deixado pelas maiores inundações da Europa neste século, são várias localidades que enfrentam agora uma onda de pilhagens e furtos.
Em Paiporta, um dos municípios valencianos mais afetados, diversos grupos de residentes se organizaram para patrulhar as ruas, procurando garantir a segurança para além da polícia, pois consideram que as autoridades não estão a cumprir a sua função.
“Estamos a patrulhar principalmente porque não queremos que os nossos vizinhos sintam a insegurança que têm sentido nos últimos dias devido aos diferentes assaltos que ocorreram em todas as localidades afetadas”, disse à SIC um voluntário da patrulha, acrescentando que a polícia “não está a cumprir devidamente a sua função”.
Para além de 60 das mais de 200 vítimas mortais causadas pela DANA terem sido encontradas em Paiporta, o município que ainda não tem iluminação tem sido afetado por inúmeros furtos e pilhagens.
Um grupo de cinco pessoas foi detido pela Guarda Civil espanhola a roubar 200 peças de jantes de automóvel que estavam num contentor que foi arrastado pelas águas numa zona industrial da localidade espanhola.
“Os moradores de Paiporta não fizeram nada para os agredir. A única coisa que fazemos é avisá-los para saírem da nossa cidade, para não virem fazer maldades, se já temos isto [estragos das cheias], é demais, sem que eles nos venham roubar ainda por cima”, explicou Ander Marinero, outro voluntariado que reside no município.
Entrevistado pela SIC, um inspetor da polícia local lamentou que “más pessoas aproveitaram o caos para invadir casas”, e, caso não estiver ninguém, “entram e roubam”.
Mais de 140 pessoas já foram detidas por furtos e pilhagens em localidades afetadas pelas cheias.