Maioria das vítimas, quase 2.000, são representadas pelo advogado Nuno Silva Vieira
Arrancou esta terça-feira o julgamento do maior e mais complexo processo judicial português, mas, passados dez anos desde a queda do BES, a TVI; do mesmo grupo da CNN Portugal, sabe que já morreram 104 dos cerca de 2.000 lesados.
Em 2014, a média transversal de idades dos lesados era de 67 anos.
“Já vamos na terceira geração de interessados. Há um grande conjunto de pessoas que já faleceram e os seus filhos iniciaram essa luta na sua representação e agora há netos a fazer isso mesmo”, diz à TVI o advogado Nuno da Silva Vieira, que representa a maioria das vítimas.
No maior e mais complexo processo judicial português, com uma acusação com mais de 4.000 páginas, sustentada por milhares e milhares de documentos, Nuno da Silva Vieira admite que os dados “são tão grandes que na maior parte das vezes se torna humanamente impossível apreender a informação”. “Acabamos por ter de criar narrativas muito particularizadas, trabalhar por estatística, usar tecnologia”, explica.
Naquele que é um julgamento aguardado há vários anos, promete ser uma verdadeira caixa de surpresas com as histórias particulares de quem há uma década exige justiça.
“Alguns dos lesados têm manifestado intenção de ser uma espécie de némesis da justiça portuguesa, sentem que lhes compete neste momento demonstrar que a vítima da criminalidade económico-financeira é uma vítima igual a todas as outras”, conta o advogado.
