Terça-feira, Janeiro 7

O presidente do Conselho de Administração do Hospital Santa Maria, em Lisboa, justificou neste domingo o elevado tempo de espera para pacientes urgentes com o aparecimento de “doentes mais complexos”, mas garantiu que a unidade hospitalar tem capacidade instalada.

“Ontem [sábado]de facto, tivemos uma situação anómala, ou seja, um crescimento superior àquilo que foi a casuística das últimas semanas”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do hospital, Carlos Martins, em declarações aos jornalistas.

Segundo o responsável, recorreram a unidades hospitalares mais pacientes de hospitais envolventes, assim como “doentes mais complexos”.

“É normal nesta altura do ano. Foi uma conjugação de vários factores, entre eles alguns doentes emergentes em simultâneo, o que acaba por desregular”, observou, lembrando que são um hospital de fim de linha e que têm todas as respostas a funcionar, incluindo o Centro de Atendimento Clínico (CAC) de Sete Rios que funciona com três médicos.

Pelas 13h50, o tempo de espera para os doentes urgentes naquele que é o maior hospital do país era de 2,44 horas, mas, pelas 11h00, chegou a ser superior às 16 horas.

Carlos Martins garantiu que o elevado tempo de espera não se relaciona com a falta de médicos, uma vez que “as doações estão de acordo com o que estava planeado”.

“Não temos falta de médicos, os meios estão a funcionar”, afirmou, acrescentando que, apesar da real capacidade de internamento, na segunda-feira está previsto um reforço dessa capacidade.

“Amanhã [segunda-feira] é o início de uma semana que se antevê complexo, diria difícil, e vamos abrir mais 10 camas para doenças respiratórias”, avançou, acrescentando que, a partir de segunda-feira de manhã, também serão disponibilizadas “25 camas de proximidade”.

“Os meios cá estão, estão reforçados. Não pensamos em activar a primeira fase do plano de contingência, mas dizer com toda a tranquilidade e responsabilidade que se necessário para, activaremos”, acrescentou.

O presidente do Conselho de Administração salientou ainda que o plano sazonal de inverno “está a funcionar sem qualquer problema” e que, prova disso foram as últimas duas semanas que, habitualmente são “muitas críticas” e foram passadas “com tranquilidade”.

“Revelou-se eficaz e continue a revelar-se”, acrescentou.

Pelas 11h00, havia 28 pessoas nas urgências a quem foi atribuída uma pulseira amarela após triagem e 13 pessoas com pulseira verde de menos urgente, que pela frente tinham um tempo de espera médio de 40 minutos. Para os casos considerados muito urgentes, o tempo de espera era de cerca de uma hora.

Quase três horas depois, o tempo de espera para os casos menos urgentes demorados, passando por 15 minutos, e para os casos considerados muito urgentes para cerca de meia hora.

Seis serviços de urgência estão neste domingo encerrados e outros 13 serviços estão reservados a urgências internacionais e os casos referenciados pelo INEM e pela linha SNS24, segundos dados disponíveis no site do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os serviços encerrados situam-se maioritariamente na região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo apenas um no Centro, e são todos relativos a urgências de Obstetrícia, Ginecologia e Pediatria.

Em resposta ao PÚBLICO no sábado, a ULS Santa Maria, em Lisboa, referiu que, na semana das Festas de Natal e Ano Novo, o Serviço de Urgência Central (SUC) “registou uma média de 300 a 350 episódios diários entre 26 de Dezembro e 1 de Janeiro, marcada pela circulação da população”. O número aumentou para 400 usuários na quinta-feira e, na sexta, “os episódios na urgência central aproximaram-se também desse número”.

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