Quarta-feira, Outubro 9

Análise

Na análise da entrevista do primeiro-ministro à SIC, Luís António Santos, professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, considera que o tom foi “simpático para o PS, precisamente para aumentar a pressão sobre o líder dos socialistas”.

O primeiro-ministro “está absolutamente convicto” de que o Orçamento será aprovado. Em entrevista à SIC, Luís Montenegro revelou que o processo negocial chegou ao fim e que o documento está fechado. Contudo, no final da reunião do Grupo Parlamentar do PS, não foi dada a garantia de uma aprovação. Para Luís António Santos, “a decisão está nas mãos do Partido Socialista”.

Durante a entrevista à SIC, o primeiro-ministro também deixou claro que não haverá alteração, em relação ao IRC.

“Parece-me que em primeiro lugar os partidos já estão a definir o pós-orçamento. Parece-me que foi isso que Luís Montenegro fez na entrevista. É uma entrevista com um estilo daqui lavo as minhas mãos, ou seja, fizemos todo o possível. A decisão está nas mãos do PS, Incorporámos muitas medidas do PS”, refere Luís António Santos.

O professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho diz também: “O tom da entrevista é simpático para o PS, precisamente para aumentar a pressão sobre o líder dos socialistas, qualquer que venha a ser a decisão que venha a ser tomada e essa pressão parece-me que já existe também internamente no PS”.

Sobre a questão do PS estar dividido, Luís António Santos considera que “não é novidade e que é sinal de que o PS, à semelhança do PSD, partidos grandes, partidos plurais” têm muitas opiniões divergentes. Contudo, o professor lembra e questiona o papel de Marcelo Rebelo de Sousa em todo este processo.

“Não nos esqueçamos também de quem é que fez mais pressão em todo este processo. Desde o verão, o Senhor Presidente da República está a fazer pressão. No fim faremos as contas finais, mas uma pressão que foi demasiada e foi demasiado cedo para o lugar final, ou seja, porque quando o Presidente da República diz não há governo com com duodécimos, entendam-se. E depois, quando de umas formas mais abertas ou menos abertas, foi pressionando claramente o PS para um entendimento, também o PSD, mas sobretudo o PS, para um entendimento, não, não tenho certeza se esta foi a melhor estratégia por parte do Presidente da República”.

Compartilhar
Exit mobile version