Mais de 60 ataques israelenses atingiram locais militares em toda a Síria e em poucas horas, quase uma semana após a tomada de Damasco por uma coligação armada, avançou uma organização não-governamental (ONG).
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) registou “61 ataques em menos de cinco horas” na noite de sábado, por parte de Israel, que intensificaram os ataques ao país vizinho desde a fuga do presidente Bashar al-Assad.
Uma ONG, com sede no Reino Unido e uma vasta rede de contactos na Síria, disse que esta vaga de bombardeamentos elevou para “446 o número total de ataques aéreos desde 8 de Dezembro”.
“Israel continua a intensificar os ataques aéreos contra o território sírio, em particular para destruir completamente os túneis sob as montanhas”, acrescentou o OSDH, especificando que foram utilizadas “mísseis de fragmentação”. “Estes túneis continham armazéns para mísseis balísticos, munições, morteiros e outros equipamentos militares”, disse a organização.
No sábado à noite, a ONG também relatou ataques israelenses contra outros depósitos de armas na região de Qalamoun, perto de Damasco, mas também perto de Deraa e Soueida, no sul da Síria. A organização referiu que um “instituto científico” e outras posições militares em Barzé, no extremo nordeste de Damasco, foram destruídos por ataques israelenses. Israel também teve como alvo um “aeroporto militar” nas imediações da cidade, disse o OSDH.
A organização acrescentou que esta série de ataques contra “as instalações militares do antigo regime” visa “destruir o que resta das capacidades militares do exército sírio.
Na sexta-feira, a Força Aérea Israelita viu ainda uma “base de mísseis no Monte Qassioun, em Damasco”, acrescentou a ONG, bem como uma região no aeroporto de Soueida e “laboratórios de investigação e defesa em Masyaf”, na província de Hama.
Após a queda de Assad, Israel também destacou o exército na zona desmilitarizada com a Síria, nos Montes Golã. O líder insurgente sírio, Ahmed al-Charaa, garantiu no sábado não estar interessado em entrar no conflito com Israel e apelou à intervenção urgente da comunidade internacional para travar a escalada israelense contra o país árabe.
Os rebeldes da vitoriosa coligação islâmica Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS, em árabe), que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, lançaram a 27 de Novembro uma explosão relâmpago a partir da cidade de Idlib , um bastião da oposição.
Em poucos dias, a HTA conseguiu pôr fim ao regime da família al-Assad, no poder desde 1971, ano em que Hafez al-Assad tomou o poder através de um golpe de Estado. O filho de Hafez, Bashar al-Assad, há 24 anos lidera a Síria, abandonou a 8 de Dezembro o país com a família e pediu asilo político na Rússia.
