Terça-feira, Outubro 8

“Hoje, um ano depois, as trocas de tiros quase diárias transformaram-se numa campanha militar implacável cujo impacto humanitário é nada menos do que catastrófico”

Israel iniciou uma operação terrestre no sudoeste do Líbano contra o Hezbollah, expandindo as suas incursões para uma nova região do território vizinho, segundo confirmou esta terça-feira o exército israelita.

Na segunda-feira, “a 146.ª divisão iniciou operações limitadas, localizadas e direcionadas contra alvos terroristas e instalações do Hezbollah no sudoeste do Líbano”, afirmou o Exército em comunicado.

O mesmo documento acrescenta que foi “a primeira divisão de reserva a operar no sul do Líbano como parte da ofensiva em curso contra o Hezbollah”.


O novo destacamento acrescenta milhares de soldados à ofensiva terrestre de Israel no Líbano. De acordo com o jornal israelita Times of Israel, o número total de soldados destacados no Líbano pode agora ultrapassar os 15 mil.

Esta divisão de reserva no Líbano, junta-se a três divisões permanentes que já operam nas zonas central e oriental do sul do Líbano: a 98.ª, a 36.ª e a 91.ª, a última das quais foi convocada na segunda-feira.

De acordo com a agência Reuters, durante a noite, o exército israelita atacou os subúrbios a sul de Beirute, garantindo que matou um alto membro do Hezbollah: o responsável pelas finanças e logística do grupo armado.

A ser confirmada, a morte de Suhail Hussein Husseini será a mais recente de uma série de assassinatos de líderes e comandantes do grupo armado e do seu aliado, o Hamas, que entrou em combates com Israel há um ano, em Gaza.

As tensões regionais, desencadeadas há um ano pelo ataque do Hamas ao sul de Israel, transformaram-se numa série de operações israelitas por terra e ar sobre o Líbano e em ataques diretos do Irão a instalações militares israelitas.

Esta terça-feira, o Irão alertou Israel que qualquer ataque à República Islâmica será alvo de retaliação. O alerta surge uma semana depois de Teerão ter disparado vários mísseis contra território israelita, colocando o Médio Oriente em estado de alerta.

O coordenador especial das Nações Unidas para o Líbano e o chefe da missão de manutenção da paz da ONU no país reconheceram, também esta terça-feira, que os seus repetidos apelos por contenção “passaram despercebidos”.

“Hoje, um ano depois, as trocas de tiros quase diárias transformaram-se numa campanha militar implacável cujo impacto humanitário é nada menos do que catastrófico”, afirmaram num comunicado conjunto.

“Nós definimos os objetivos da guerra e estamos prestes a alcançá-los: derrubar o Hamas [em Gaza], trazer todos os reféns de volta a casa, os vivos e os mortos. Trata-se de uma missão sagrada, não vamos parar até que a tenhamos cumprido”, declarou Netanyahu numa mensagem televisiva difundida no dia em que se assinala um ano sobre o ataque do Hamas de 7 de outubro.

Entre os objetivos estão também “eliminar qualquer ameaça futura para Israel com origem na Faixa de Gaza” e “fazer voltar os habitantes do sul e do norte do país em segurança as suas casas”.

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