Sexta-feira, Setembro 20

Comentador alerta que a grande dimensão de eucaliptal em Portugal é um dos problemas, mas não é o único

Os enormes incêndios que assolam Portugal há quase uma semana são mais uma prova de como o Estado está a falhar em toda a linha. A ideia é de Miguel Sousa Tavares e não é nova, só que teve mais uma prova com os fogos que consumiram quase 100 mil hectares em apenas cinco dias.

Na sua rubrica 5.ª Coluna, no Jornal Nacional da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), o comentador assinala que as falhas são graves e múltiplas em setores como a Educação, Justiça ou a Segurança. “Aqui temos mais um dado lastimável de como o Estado português está falhar por todos os lados. Não acorre às necessidades das pessoas”, aponta.

Para chegar aqui, refere Miguel Sousa Tavares, é preciso perceber que não há falta de meios humanos ou aéreos, até porque foi investido o dobro do dinheiro desde 2017, depois dos grandes incêndios que tiraram a vida a mais de 100 pessoas.

“Não houve falta de meios nesta vaga de incêndios. Investimos seis vezes mais na prevenção, portanto isso foi feito”, acrescenta.

O comentador aponta que o que não foi feito, logo em primeiro lugar, está relacionado com a falta de ação e combate às alterações climáticas, que proporcionam condições ideais para que fogos deste género se propaguem de forma cada vez mais frequente.

Falta também manutenção e limpeza de terrenos: “Vi imagens à volta de casas e moradores a limparem o mato que deviam ter limpado antes, com eucaliptos à volta”.

Miguel Sousa Tavares lembra que em vários destes locais não vivem pessoas, sendo casas de segunda habitação e de lazer. A juntar a isso está o custo de limpeza dos terrenos – cinco mil euros para 10 mil hectares -, sendo que recai nos proprietários todo o ónus.

A juntar a isso há outro problema: a desorganização da floresta. E essa floresta não inclui o eucalipto, árvore que Miguel Sousa Tavares alerta que tem vindo a aumentar em solo português.

“O que ardeu não foi Portugal, foi metade de Portugal, e a metade que ardeu foi eucaliptal”, afirma, dizendo que uma floresta tem pássaros, animais e vida, ao contrário do que se verifica.

Ainda sobre as intenções do Governo de criminalizar os responsáveis pelos incêndios, o comentador admite que existirão sempre incendiários, mas não acredita que sejam os madeireiros os maiores autores. “Se o primeiro-ministro quer saber quem são os responsáveis pelos incêndios basta ir ao Google e escrever ‘celuloses de Portugal'”, reitera.

Compartilhar
Exit mobile version