Quarta-feira, Outubro 23

O ministro da Defesa aludiu à possível responsabilidade do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que trava uma luta armada contra o Governo turco, pelo atentado que vitimou cinco pessoas em Ancara. “Como sempre, tentaram perturbar a paz da nossa nação.”

O Governo turco afirmou ser “altamente provável” que o ataque desta quarta-feira a uma fábrica de aviões militares em Ancara, que matou cinco pessoas e feriu 22, tenha sido perpetrado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

“Ainda estamos a trabalhar na identificação dos terroristas e das suas impressões digitais. Assim que tivermos resultados, daremos a conhecer a organização que esteve por detrás do ataque”, disse o ministro do Interior Ali Yerlikaya.

“Mas quando avaliamos as imagens, acreditamos que se trata muito provavelmente do PKK”, acrescentou, referindo-se aos dois jovens e à mulher armados com espingardas de assalto que foram mortos no ataque.

O ministro da Defesa, Yasar Guler, também aludiu à possível responsabilidade do PKK, que trava uma luta armada contra o Governo turco: “como sempre, tentaram perturbar a paz da nossa nação através de um ataque desprezível e desonroso”.

“Damos sempre o castigo que estes vilões do PKK merecem, mas eles nunca recuperam a razão. Não desistiremos de os perseguir até que o último terrorista seja eliminado e fá-los-emos sofrer pelo que fizeram”, assegurou.

O ministro do Interior, Ali Yerlikaya sublinhou, no entanto, que a responsabilidade dos militantes ainda não se encontra firmemente estabelecida e que é necessário aguardar os resultados da sua identificação.

O que aconteceu?

O ataque teve início hoje às 16:25 horas locais (14:25 em Lisboa), quando pelo menos duas pessoas chegaram de táxi ao portão da fábrica TUSAS, na periferia norte de Ancara.

Cinco pessoas foram mortas no assalto, para além dos dois assaltantes, e 22 pessoas ficaram feridas, duas das quais com gravidade.

Os mortos incluem um guarda e dois técnicos, enquanto um quarto poderá ter sido o condutor do táxi em que os assaltantes chegaram à fábrica, mas tal ainda não foi confirmado oficialmente.

A TUSAS desenvolve e fabrica algumas das aeronaves militares mais importantes do programa de armas turco, como o caça-bombardeiro Kaan, ainda em desenvolvimento, o avião de treino Hürjet ou o avião leve Hürkus.

O setor da defesa, incluindo os conhecidos ‘drones’ Bayraktar, representa grande parte das receitas de exportação do país – 1.200 milhões de dólares (1.114 milhões de euros) em 2023.

A luta entre o PKK e a Turquia já custou dezenas de milhares de vidas desde a década de 1980.

A Turquia e os seus aliados ocidentais classificaram o PKK como uma organização terrorista.

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